A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) aderiu ao movimento que organiza a greve nacional dos caminhoneiros para o próximo dia 1º de fevereiro.
A CNTTL, que é uma das mais importantes entidades da categoria e reúne cerca de 800 mil motoristas em sua base, anunciou o apoio à greve nesta terça-feira (26) e afirmou que está orientando todos os seus filiados a aderirem à paralisação.
A paralisação está sendo organizada por entidades de caminhoneiros em todo o país. Entre as reivindicações estão o fim do reajuste dos combustíveis com preço de paridade de importação (PPI), que é baseado nas cotações internacionais do petróleo, e a criação de um piso mínimo para o frete.
O aumento no preço do diesel, anunciado nesta terça-feira (26/2) pela Petrobrás, aumentou ainda mais a adesão à greve.
Em nota, o porta-voz da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dhamer, que também é presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí, no Rio Grande do Sul, afirma que a categoria chegou ao limite com a “insensibilidade” do governo Bolsonaro.
“Lamentável o reajuste da Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Até hoje não tivemos o julgamento do piso pelo STF. Não podemos suportar essa situação. Hoje temos um piso mínimo de fome. Para nós, inconstitucional é a fome e a exploração. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º de fevereiro”, afirmou.
“Tivemos um reajuste de 2,51% que é ínfimo. Só para se ter ideia, o preço do pneu teve aumento nos últimos três meses de mais de 60%, seja nacional ou importado”.
O julgamento sobre a constitucionalidade da Lei 13.703 que criou o Piso Mínimo do Frete está “congelado” no STF desde fevereiro do ano passado. Os caminhoneiros cobram mais ação do Governo Federal junto ao STF, para que aprove a constitucionalidade da lei.
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirmou que o reajuste do combustível “aumentou o descontentamento da categoria”.
“Sabemos que a alta é na refinaria, mas sempre acaba sendo repassada para aquele que trabalha e produz, o consumidor final. Precisamos cobrar do governo federal a redução da questão tributária sobre os derivados de petróleo, como PIS/Cofins”.
Em comunicado, o Ministério da Infraestrutura afirmou que não aceita receber para negociar nenhuma entidade que fale em indicativo de greve.
“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”.