O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instalou um processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelas falas zombando da tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura.
O filho “02” de Jair Bolsonaro disse que tem “pena da cobra”, se referindo à cobra utilizada pela ditadura militar nas sessões de tortura contra Miriam Leitão.
Isso aconteceu porque a jornalista escreveu um artigo defendendo que Lula e Bolsonaro não podem ser tratados como iguais, porque “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”.
Aos 19 anos e grávida, Miriam foi deixada dentro de uma sala escura junto com uma cobra por horas. Também sofreu assédio sexual e ameaças de estupro, além de socos e outros golpes.
O PCdoB, o PT, o PSol e a Rede entraram com pedidos de abertura de processos contra Eduardo.
Para o PCdoB, o comentário de Eduardo Bolsonaro “foi muito além do deboche”. “O parlamentar do PL fez verdadeira apologia da tortura, na medida em que o réptil a que fez referência foi instrumento de tortura psicológica cruel e que revela a mente sádica de quem a praticou”.
O deputado alega que foi apenas uma piada.
Foram sorteados os deputados Mauro Lopes (PP-MG), Pinheirinho (PP-MG) e Vanda Milani (Pros-AC) para a lista tríplice da relatoria.
Caberá ao presidente do Conselho indicar qual será o relator do processo contra Eduardo.