Os novos casos de coronavírus subiram em 37 dos 50 Estados dos EUA nos últimos 14 dias, comparado com as duas semanas anteriores em junho, registrou a Reuters. E, de acordo com o centro de monitoramento da Universidade Johns Hopkins, os EUA atingiram um novo recorde na quinta-feira de 53.669 infecções por coronavírus em 24 horas.
Resultado que faz com que o país chegue ao feriado do 4 de julho, dia da independência, com mais de 2,7 milhões de casos de Covid-19. Enquanto isso, o número de mortes diárias totalizou 649, empurrando para 128.677 o total.
Por sua vez a Flórida, um dos Estados mais afetados na ressurgência da pandemia, contabilizou mais de 10 mil novas infecções na quinta-feira, o recorde diário até aqui, e se aproxima dos 100 mil casos.
Na Califórnia, o governador Gavin Newson reiterou que “ainda não saímos desta crise. Estamos ainda na primeira onda da crise”. “Ela requer um nível de responsabilidade pessoal”, acrescentou. No Estado, nas últimas duas semanas os testes positivos cresceram 37% e as hospitalizações, 56%.
No Texas, que também está no olho do furacão, o governador Greg Abbott ordenou o uso obrigatório de máscaras faciais em público nos condados com mais de 20 casos do coronavírus. Quase 8 mil novos casos foram registrados em 24 horas.
A onda de novos casos vem forçando governadores a voltarem atrás nos planos de reabertura, fechando praias e cancelando shows de fogos de artifício tradicionais no 4 de Julho. A data, que tradicionalmente é marcada por reuniões familiares e grandes aglomerações durante o lançamento de fogos de artifícios, traz temor de uma disseminação ainda maior do vírus no feriadão.
O principal infectologista norte-americano, o Dr. Anthony Fauci, tem advertido que a pandemia está descontrolada, e poderá vir a gerar 100 mil casos diários. Desde o 1º de maio Trump andava indócil para reabrir a economia, por causa da eleição de novembro, até insuflou turbas para “libertarem” os Estados do distanciamento social.
Tanto fez que foi tudo reabrindo a torto e a direito, até todo o avanço na contenção, conseguido a duras penas pelos governadores e pela população, se desmilinguir. Ainda por cima, andou ameaçando reduzir a testagem, para ‘diminuir’ o número de contágios. É por isso que 58% dos entrevistados consideram que ele não correspondeu no comando do combate à pandemia.
A minimização, de parte de Trump, da gravidade da doença, que chegou a comparar a uma “gripe comum”, e seu desprezo pelo uso da máscara facial, também tiveram conseqüências, com gente se amontoando, como no seu comício de Tulsa, lotando praias e, pumba, mais contágios.