O governo da Coreia Popular disse nesta sexta-feira que, com a adoção de políticas hostis por parte de Washington, inclusive alimentando o “fantasma da guerra nuclear” na península, não vê qualquer sentido em continuar mantendo boas relações com o presidente estadunidense, Donald Trump.
Na avaliação do governo norte-coreano, a adoção de políticas hostis por parte da Casa Branca determina a construção de uma força “mais confiável” para o enfrentamento às ameaças militares dos Estados Unidos.
No segundo aniversário do encontro entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e Donald Trump, realizado em Cingapura, o ministro de Relações Exteriores da Coreia Popular, Ri Son-gwon, questionou a continuidade da política de aperto de mãos, “pois vemos que não há melhora objetiva nas relações” entre os dois países.
O chanceler norte-coreano destacou que a esperança nas negociações entre Pyongyang e Washington, que “estava no ar” há dois anos, agora se converteu “em um desespero” caracterizado por uma “deterioração em espiral”.
O desejo de ambos os povos de acabar com a confrontação é o de abrir uma nova era de paz e prosperidade, um sentimento “tão profundo como sempre”, declarou Ri Son-gwon, mas na prática a situação na península coreana está piorando cada dia, com os EUA “empenhado” em agravá-la.
Conforme o diplomata, com a postura belicista norte-americana, a península coreana “se converteu no ponto mais perigoso do mundo, perseguido ininterruptamente pelo fantasma da guerra nuclear”. Ri alertou que faz parte da “crua realidade de nossos dias” o fato de que Pyongyang “ainda está na lista de objetivos” dos EUA para um ataque nuclear preventivo, ao mesmo tempo em que “todo tipo de ferramentas de ataque nuclear” em poder de Washington estão apontando “diretamente” à Coreia do Norte.
A menos que os Estados Unidos ponham fim à política hostil ao país asiático, alertou o diplomata coreano, Washington “seguirá sendo uma ameaça a longo prazo para o nosso estado, nosso sistema e nossa gente”, ressaltou.