Roberto Ferreira Dias, Francisco Maximiano e Emanuel Catori entram na lista do relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL)
O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e o sócio da Belcher, Emanuel Catori, foram incluídos na lista de investigados da CPI da Covid-19.
O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), informou, na quarta-feira (25), que ampliou a lista de investigados da CPI. Antes, eram 14 investigados, agora, serão 17 nomes.
Catori depôs na terça-feira (24) à CPI. O empresário admitiu ter relações com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), mas negou influência do deputado nas negociações de vacinas com o Ministério da Saúde.
Francisco Maximiano foi ouvido na semana passada. A empresa dele intermediou a negociata da vacina Covaxin. O contrato bilionário foi anulado pela pasta depois da denúncia de irregularidades dos irmãos Miranda no Ministério Público e na CPI.
Outro investigado, Roberto Ferreira Dias, foi acusado de pedir US$ 1 de propina por dose de vacina. Ele foi exonerado do cargo na pasta em julho, logo após a divulgação de encontro, “para um chopp”, com o suposto vendedor de vacina em shopping em Brasília.
Dias chegou a ser preso em flagrante por algumas horas na Polícia Legislativa do Senado, durante o depoimento dele, em 29 de junho, sob a acusação de falso testemunho. Na semana passada, entretanto, a Justiça Federal de Brasília anulou a prisão do ex-diretor do Ministério e determinou a devolução da fiança paga.
Na mesma lista, já estão nomes como os do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o atual Marcelo Queiroga, o ex-ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.
LISTA DE INVESTIGADOS
No final do mês de junho, Renan divulgou lista de 14 investigados pelo CPI:
1) Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia; 2) Eduardo Pazuello, general de divisão do Exército e ex-ministro da Saúde; 3) Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo; 4) Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo federal; 5) Mayra Pinheiro, secretária de gestão e trabalho do Ministério da Saúde; 6) Nise Yamaguchi, médica; 7) Paulo Zanoto, médico; 8) Carlos Wizard, empresário; 9) Arthur Weintraub, Ex-assessor da Presidência da República; 10) Francieli Fantinato Fontana, coordenadora do PNI (Programa nacional de Imunização); 11) Elcio Franco Filho, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde; 12) Marcellus Campêlo, secretário do Amazonas; 13) Hélio Angotti Neto, secretário do Ministério da Saúde; e 14) Luciano Dias Azevedo, Tenente da Marinha.
A diferença entre prestar depoimento como testemunha e acusado é que a testemunha deve dizer a verdade. Caso minta, estará cometendo o crime de falso testemunho. Mas se é investigada, pode até ficar em silêncio e não precisa dizer a verdade, a fim de não produzir prova contra si.
DEPOIMENTO ADIADO
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), confirmou, na quarta-feira (25), remanejamento do depoimento do ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, até então marcado para esta quinta-feira (26).
A previsão é que Araújo seja ouvido na próxima terça-feira (31). O novo depoente de quinta-feira ainda não foi definido pelos senadores.
Nesta quarta-feira, a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu a Francisco Araújo o direito de permanecer em silêncio em assuntos que possam incriminá-lo. A ministra concedeu ainda o direito de Araújo ser assistido por advogado.
No entanto, foi-lhe “vedado faltar com a verdade relativamente aos questionamentos não incluídos nesta cláusula”, assim como estabelecido para outros depoentes.
O ex-secretário ficou detido por três meses depois de deflagrada a operação Falso Negativo, da Polícia Federal, que apura irregularidades nas compras de testes rápidos para a Covid-19 na capital federal. Em liberdade, ele agora é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Na justificativa para a convocação, os senadores afirmam que as explicações de Francisco Araújo são importantes, já que as denúncias envolvem verbas federais.
M. V.