CPI retorna com depoimento do reverendo Amilton; dono da Precisa evadiu-se

Reverendo Amilton Gomes depõe nesta terça-feira. Foto: Reprodução - Facebook
Na retomada das reuniões, após o recesso parlamentar, CPI da Covid-19 no Senado se concentra nas investigações sobre compra de vacinas

O cronograma para a volta do recesso foi definido pela cúpula da CPI. O primeiro a ser ouvido vai ser o reverendo Amilton, nesta terça-feira (3), a partir das 9 horas. Ele é apontado por representantes da Davati Medical Supply como “intermediador” entre o governo federal e empresas que ofertavam vacinas.

Com foco nas investigações sobre denúncias de possíveis irregularidades e propinas na aquisição de vacinas contra a Covid-19, a CPI retoma os trabalhos nesta semana com previsão dos depoimentos também do sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e de Túlio Silveira, representante da empresa. 

O reverendo, que é presidente da ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários), recebeu em fevereiro autorização do Ministério da Saúde para negociar 400 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.

SE MAXIMIANO FALTAR, CPI PEDIRÁ PRISÃO

Na quarta-feira (4), a expectativa da CPI é ouvir Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, e responsável por negociar a vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Barath Biotech. A defesa de Maximiano acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir que o empresário seja autorizado a faltar ao depoimento na CPI.

Segundo os advogados, ele viajou para a Índia. Vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que pedirá a prisão preventiva dele caso não retorne da Índia para prestar depoimento. 

“Nós recebemos a notícia que o senhor Francisco Maximiano se evadiu para a Índia e pretende não ser ouvido pela CPI na quarta-feira. Eu quero recomendar ao senhor Francisco Maximiano: volte e compareça à CPI de imediato no dia que seu depoimento está marcado. Evadir-se do País quando tem uma investigação em curso é crime. E nós não titubearemos em pedir a sua prisão preventiva”, disse Randolfe à Agência Senado.

ADVOGADO DA PRECISA NA CPI

Na sequência, a CPI pretende ouvir Túlio Silveira, advogado da Precisa. O depoimento está previsto para quinta-feira (5).

O colegiado também vai votar requerimentos na terça-feira (3) com pedidos de convocações, quebras de sigilos, informações e audiências públicas que devem orientar a atuação do colegiado até 5 de novembro — prazo final, prorrogado em 14 de julho — quando os trabalhos da comissão de inquérito se encerram.

Segundo Randolfe, a cúpula da CPI pedirá o bloqueio de bens de duas empresas de Francisco Maximiano: a Precisa Medicamentos e a Global.

DOCUMENTOS

Mesmo sem depoimentos durante o recesso, a CPI não parou. Senadores aproveitaram o tempo para analisar junto com as equipes de retaguarda da comissão, os documentos recebidos pelo colegiado.

“Neste tempo, nossas equipes ficaram analisando documentos, cruzando sigilos fiscais, sigilos bancários e recebendo outros documentos que são objeto das nossas investigações”, apontou Randolfe. 

As informações serão utilizadas durante as oitivas, nesta segunda fase da CPI, para questionar os depoentes e ajudarão na elaboração do relatório final, a ser apresentado pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL).

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