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Ayman Nasser al-Haymouny foi morto na rua quando passeava com a família em Hebron. ONU alerta que 2.500 crianças de Gaza morrerão se não forem evacuadas “imediatamente”
O Ministério da Saúde da Palestina e a Organização das Nações Unidas (ONU) voltaram a denunciar o genocídio praticado pelas tropas israelenses, que estenderam o terrorismo de Estado da Faixa de Gaza para a Cisjordânia nas últimas semanas. As mais recentes vítimas da ocupação são Ayman Nasser al-Haymouny, de Hebron, e Rimas al-Amouri, crianças de 12 e 13 anos.
Uma investigação do jornal britânico The Guardin revelou que imagens de uma câmera de vigilância mostraram a execução do menino Ayman enquanto visitava parentes na área de Jabal Jawhar, em Hebron, ao sul da Cisjordânia. Foi morto com um tiro pelas costas no dia 21 de fevereiro, mas somente agora o vídeo começou a circular nas redes sociais. Ele chegou a ser levado às pressas por médicos do Crescente Vermelho ao hospital, mas não resistiu à gravidade das complicações.
Conforme a Organização Internacional para Crianças na Palestina, a bala entrou pelas costas do menino e se alojou nos pulmões. “Israel, com o apoio dos Estados Unidos, continua violando os direitos das crianças palestinas e trabalha para demonizar os palestinos para justificar os seus assassinatos”, destacou o diretor do programa Ayed Abu Eqtaish.
Apesar de “não representarem uma ameaça real aos soldados”, ao menos 16 crianças palestinas foram mortas na Cisjordânia desde o começo do ano, destacaram entidades dos direitos humanos. “O fracasso em responsabilizar os soldados israelenses por suas violações contra os palestinos efetivamente lhes deu sinal verde para continuar com suas ações”, ressaltaram.
Ayman e seu irmão acompanhavam a mãe em uma visita ao avô e aos tios, que moram em Jabal Jawhar, área sob ocupação israelenses próxima à Tumba dos Patriarcas, local sagrado para muçulmanos, judeus e cristãos. Naquele dia, colonos israelenses foram ao local para orações, enquanto soldados israelenses intensificaram patrulhas nos bairros palestinos vizinhos. À tarde, ele e sua família ouviram um disparo na rua e saíram da casa onde estavam. Um pequeno grupo de pessoas se reuniu no local, mas foi surpreendido por outro tiro e correu para se proteger.
O menino tentou chegar à casa do tio, saindo do campo de visão das câmeras de segurança. As imagens mostram três soldados avançando pelo beco com armas apontadas, um deles com a lanterna acesa, veem a criança caída e deixam a área tranquilamente.
O pai de Ayman denunciou que “um soldado israelense que fala árabe zombou de mim, alegando que eu havia atirado em meu filho sem motivo”. Ele acrescentou que o soldado israelense que atirou no menino e lhe disse: “Esperamos que você continue no caminho dele”.
Rimas al-Amouri, menina de 13 anos, também sucumbiu a ferimentos críticos após ser baleada no abdômen por tiros das tropas de Netanyahu. A bala atingiu a menina no abdômen e saiu pelas costas. Ela foi transferida para o Hospital Governamental de Jenin, onde foi declarada morta logo depois. Ela é a terceira criança palestina alvo em sua própria casa na Cisjordânia ocupada desde o final de janeiro.