Queda nas vendas provocada pela inadimplência das famílias e juros elevados levaram a popular varejista à reestruturação diante de dívida milionária
A desaceleração das vendas e os juros elevados atingiram em cheio as Lojas Marisa, que anunciou esta semana o fechamento de 91 unidades de sua rede. Com a elevada inadimplência das famílias e o crédito muito mais caro, a popular loja de varejo de móveis e eletrodomésticos, segmentos que mais dependem de financiamento, está promovendo uma reestruturação para fazer frente às dívidas com cortes de despesas que deve chegar a R$ 51,8 milhões.
Das 91 lojas, 25 unidades já foram fechadas entre março e abril e mais 26 serão encerrarão suas atividades durante o mês de março, segundo informou a empresas aos acionistas. Em 2022, a Marisa dispunha de 334 unidades. Além do corte de custos, a direção da empresa tenta renegociar as dívidas e garantir novos recursos para prosseguir com os negócios, o que tem sido dificultado pelos bancos, após a crise da Americanas.
De acordo com João Pinheiro Nogueira Batista, diretor-presidente da Marisa, “os bancos não têm dado crédito”. “Estamos acessando investidores e fundos de crédito mais sofisticados, em operações reestruturadas, na busca de alternativas. Ainda estamos nesses contatos”.
Segundo o balanço do primeiro trimestre, a Marisa tem dívida líquida na casa dos R$ 461 milhões.
