Em plena crise da pandemia do coronavírus e em meio a protestos dos servidores, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou hoje o projeto do prefeito Rafael Greca (DEM) que aumenta de 12,5% para 14% o desconto da Previdência no salário do funcionalismo da capital paranaense.
Os vereadores também aprovaram um substituto ao projeto original, encaminhado pelo prefeito na calada da noite de domingo (28), que suspende até o final do ano, os repasses da contribuição patronal ao o Instituto de Previdência dos Servidores de Curitiba (IPMC).
Em votação virtual, o texto foi aprovado em primeiro turno, por 21 votos a 11.
Pela manhã, o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) realizou um protesto simbólico em frente à Câmara e uma manifestação virtual.
Além do aumento da contribuição, o substituto enviado pelo prefeito às presas, na véspera da votação, foi muito criticado pelos parlamentares da oposição, principalmente pela votação acontecer de forma online, sem que houvesse condições e tempo para uma discussão mais aprofundada e ainda sem a presença dos servidores e lideranças sindicais.
O sindicato denuncia que os servidores estão há três anos sem reajuste salarial e com planos de carreiras paralisados e que o aumento na contribuição representa mais uma perda salarial para a categoria e que a suspensão do repasse da contribuição patronal e das demais dívidas que a administração tem com o instituto de previdência é um “calote”.
O sindicato diz que diante da crise e a situação de calamidade pública por causa da pandemia, a renda das famílias dos servidores foi afetada e muitos passam por dificuldades financeiras.
Segundo o sindicato, o aumento da contribuição para 14% já havia sido aprovado em 2017, mas deveria acontecer de forma progressiva até 2023.
“Infelizmente, não é essa a notícia que a gente gostaria de receber no meio de uma pandemia. A Prefeitura quer aumentar para 14% o desconto previdenciário dos trabalhadores do município, lembrando que boa parte deles está na linha de frente aqui do combate à pandemia e a gente sabe que o momento não está fácil para ninguém”, afirma Wagner Argenton, diretor do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac).