General Fernando Soares adverte que mexer na Previdência militar é um atentado contra as FFAA: “Se quiserem acabar com as Forças Armadas, um bom passo é essa reforma da Previdência”
O general Fernando José Sant’ana Soares e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército, declarou neste sábado (22) que a proposta de mexer na Previdência dos militares está sendo feita “sem a profundidade necessária”, com “dados mentirosos e sem levar em consideração as características diferentes da profissão militar”.
“Acho que o assunto está sendo tratado sem a profundidade necessária, dados mentirosos e sem levar em consideração as características diferentes da profissão militar. Se quiserem acabar com as Forças Armadas, um bom passo é essa reforma da Previdência”, declarou o general em entrevista ao site Poder360.
A discussão sobre “cortar gastos” sacrificando a Previdência dos militares surgiu com o presidente do TCU, Bruno Dantas. Ele defendeu que o “corte de gastos” comece pelos militares.
“No governo passado, foi feita uma reforma da Previdência para o servidor civil, e não foi feita para os militares. Talvez possa ser [mudada]”, disse.
Depois, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, retomou o assunto e disse no Congresso Nacional que cortes de benefícios dos militares estarão entre as propostas de redução de gastos públicos a serem apresentadas ao presidente Lula. “[Precisamos] ter coragem de atacar, por exemplo, a aposentadoria dos militares”, disse.
O general Fernando Soares foi para a reserva em abril de 2024, depois de concluir o tempo de carreira previsto. O general Richard Nunes assumiu em seu lugar o cargo de chefe do Estado Maior do Exército.
Em entrevista ao jornal Estadão no ano passado, o general reafirmou que as Forças Armadas devem trilhar a defesa da democracia e rebateu o suposto envolvimento dos militares em planos golpistas promovidos por Bolsonaro.
“Nós, o Exército, nunca quisemos dar nenhum golpe. Tanto não quisemos, que não demos. Não houve uma única unidade sublevada”, afirmou.
Ele ainda argumentou que “a única condição viável é a da democracia”. “Nós não temos o direito de usar o Exército para atividades que contrariem nossa função precípua estabelecida na Constituição”, enfatizou.
DOCUMENTO
Segundo jornal Folha de S.Paulo, o Exército preparou um documento contra os ataques aos benefícios de militares das Forças Armadas, como sugerido por ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e integrantes do governo.
O documento será enviado a membros da equipe econômica do governo.
De acordo com o documento, o Exército afirma que os militares têm menos direitos que os civis durante a carreira e, para compensar, devem ter benefícios ao ir para a reserva – entre eles, a manutenção do salário integral.
“A integralidade e a paridade dos vencimentos dos militares, portanto, são ações afirmativas por parte do Estado brasileiro, que visam a garantir a igualdade material entre civis e militares […]. Isso pode ser comparado a outras ações afirmativas que visam corrigir desigualdades históricas e estruturais”, diz a Força.
O Exército destaca alguns direitos que os militares não possuem, como o recebimento de horas extras, adicional noturno e sindicalização. E reforçam que a carreira exige dedicação exclusiva e mudanças de cidade constantes.
Para o Exército, as particularidades do ofício fazem com que o tratamento especial na reserva seja um “reconhecimento justo e merecido pelo serviço prestado pelos militares”.
“O regime jurídico distinto que rege os militares das Forças Armadas não implica em privilégios imerecidos; pelo contrário, visa apenas mitigar as desvantagens impostas a esses profissionais pelas particularidades da profissão militar”, sustenta.
Se quiserem acabar com as Forças Armadas, um bom passo é essa reforma da Previdência”, declarou o general em entrevista ao site Poder360. Pois bem General, o que falar para o trabalhador(a) que sustentam as forças armadas com os seus baixíssimos salários que terão que sofrer com cortes na educação, saúde, na assistência social e de quebra, terão que trabalhar 45 anos para se aposentar? Não se diz nada, é verdade.