O Diretório Central dos Estudantes (DCE) Fernando Santa Cruz, da Universidade Federal Fluminense (UFF), denunciou para a Polícia Federal o incêndio ocorrido na entrada do prédio durante homenagem a Fernando, ex-estudante da UFF que foi assassinado pela ditadura militar.
Na noite de sexta-feira (6), enquanto um documentário sobre a vida de Fernando Santa Cruz era exibido dentro da sede do DCE, um objeto inflamável com pavio foi colocado na estátua que fica na entrada do prédio, dando início a um incêndio, que foi controlado com a chegada dos bombeiros.
A irmã de Fernando, Dora Santa Cruz, estava presente na atividade.
Como o prédio é da União, a diretoria do DCE denunciou o incêndio para a PF, que deverá iniciar uma investigação.
Para a diretoria da entidade, tudo indica que o incêndio foi criminoso. “Esse ato de intolerância e violência é muito emblemático para o momento político que nós vivemos”, afirmou a entidade em nota.
No fim de julho, Jair Bolsonaro disse que se o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, “quiser saber como é que o pai dele [Fernando Santa Cruz] desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”.
“Em tempos onde temos um presidente que zomba de líderes nacionais, elogiando ditadores como Augusto Pinochet e exaltando os presidentes militares do Brasil”, o incêndio na entrada do prédio “é uma das muitas faces do autoritarismo e da perseguição ao diferente que esse Governo vem estimulando”, disse o DCE através de suas redes sociais.
“Desde sua fundação, o DCE Fernando Santa Cruz esteve presente em todas as lutas pela educação e pelo Estado democrático de direito. Não será tentando incendiar nosso prédio que a luta se encerrará”, concluiu.
A diretoria do DCE se reuniu com a Comissão de Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro para acompanhar o caso.