Jair Bolsonaro assinou um decreto, nesta quinta-feira (4), condecorando a si próprio com uma série de títulos da Ordem Nacional do Mérito Científico.
A Ordem Nacional do Mérito Científico é uma condecoração de reconhecimento a personalidades brasileiras e de fora do país reconhecidas pelas contribuições relevantes para o desenvolvimento da ciência no Brasil. O espalhador de vírus e do negacionismo, achou de bom tom a auto-homenagem. Talvez, pela sua responsabilidade nas mais de 608 mil mortes pela pandemia de Covid-19 que ele se negou a combater.
O texto publicado no Diário Oficial da União chega a ser repetitivo: “O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso XXI, da Constituição, e na qualidade de Grão-Mestre da Ordem Nacional do Mérito Científico, resolve: admitir, na Ordem Nacional do Mérito Científico: I – na classe de Grã-Cruz: a) Grão-Mestre: Jair Messias Bolsonaro, Presidente da República”.
O posto de Grão-Mestre é regimentalmente reservado ao presidente da República.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, o ministro da Economia, Paulo Guedes e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, também receberão a condecoração do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Vale destacar que, por iniciativa de Bolsonaro e Paulo Guedes, o Ministério da Ciência e Tecnologia sofreu um duro golpe, no último dia 8. A pasta teve 93% da sua verba cortada, deixando à míngua milhares de pesquisadores que contavam com os recursos para continuar estudos nas mais diversas áreas. A decisão fez com que o orçamento da pasta científica caísse de R$ 690 milhões para apenas R$ 89 milhões.
Apesar de ter homenageado a si mesmo como alguém que deu contribuições relevantes para a ciência no Brasil, Bolsonaro passou os últimos anos fazendo exatamente o contrário.
Ele se recusou a tomar a vacina contra a Covid-19. Mesmo vivendo uma pandemia, Bolsonaro criticou as medidas de prevenção de contágio estabelecidas pela ciência. Isolamento social e uso de máscaras nunca foram respeitados por ele.
Além disso, contrariando justamente a ciência e os especialistas, Bolsonaro segue defendendo uso de medicamentos sem qualquer comprovação cientifica de eficácia contra o novo coronavírus.
O presidente da República ainda é alvo de investigações na CPI da Covid por sua má gestão durante a pandemia, sendo acusado de crime contra a humanidade, de propagar o Kit Covid, conjunto de drogas sem comprovação cientifica de eficácia contra o novo coronavírus, como se fossem preventivas.
Ele não parou por aí. Bolsonaro chegou a afirmar, em uma live transmitida na última semana, que foi retirada do ar pelo Facebook, YouTube e Instagram, que as pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) “muito mais rápido do que o previsto”, o que é mentira.
A afirmação foi feita sem embasamento científico, pois não existe relação entre Aids e Covid-19, nem entre a doença e as vacinas contra a Covid-19.