O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) usou a tribuna da Câmara dos Deputados para exaltar a participação de seu avô, o ucraniano Bohdan Bilynskyj, como “combatente voluntário” da Waffen-SS, braço mais abjeto do exército nazista, na Segunda Guerra Mundial.
O engajamento do avô do político na milícia hitlerista já era conhecido, pois o próprio parlamentar bolsonarista a divulgava nas redes sociais. Dessa vez, ele falou dela em discurso na sessão que homenageou o Dia Internacional da Vishyvanka, veste tradicional da Ucrânia, terra de seus antepassados.
“Essas vestes são uma homenagem às minhas origens, ao meu avô Bohdan Bilynskyj, que chegou ao Brasil, em 30 de setembro de 1948, após lutar bravamente pela liberdade de seu país, invadido por russos comunistas. (…) Meu avô Bohdan, aos 20 anos de idade, lutou em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo. E hoje, como deputado federal, ao lado de meus irmãos, luto contra a instalação de um regime comunista no Brasil. A história é implacável”, disse o parlamentar, sem apresentar qualquer evidência que confirme o paralelo histórico.
Durante a ocupação alemã, no curso da Segunda Guerra Mundial, o território atraiu uma grande quantidade simpatizantes do regime nazista, com a criação de unidades da Waffen-SS, uma espécie de subdivisão da polícia nazista de Adolf Hitler. A milícia era formada por ucranianos que se aliaram aos invasores. Segundo o deputado, seu avô foi um desses colaboracionistas alistando-se na 14ª Divisão de Granadeiros das tropas nazistas para combater o “comunismo”.
A declaração logo repercutiu de forma negativa, especialmente entre a comunidade judaica. Nas redes sociais, entidades que representam os judeus do Brasil repudiaram a fala e relembraram que a Waffen-SS era responsável pela vigia em campos de concentração, responsáveis pelo aprisionamento, exploração da mão-de-obra e extermínio dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao site Congresso em Foco, o historiador e sociólogo Michel Gherman, assessor acadêmico do Instituto Brasil-Israel, destacou que o nazismo é o “mal absoluto” e questionou se atuar ao lado da polícia nazista seria motivo de orgulho:
“Seu avô lutou ao lado dos nazistas que massacraram, no território ucraniano inclusive, a família do meu avô. Foram responsáveis, no território inclusive, pelo massacre de judeus na Operação Barbarossa, com as deportações aos campos de extermínio. É esse o motivo de seu orgulho, deputado Bilynskyj?”, ponderou Gherman.
“Deputado Bolsonarista usa a tribuna da câmara dos deputados para cometer crime inafiançável! O bolsonarista de extrema direta Paulo Bilynskyj (PL-SP) exaltou a participação do avô, como combatente na Segunda Guerra Mundial, no exército pessoal de Hitler”, criticou o deputado federal André Janones (Avante-MG).
“A Lei 7.716 de 1989, sobre racismo, tem punição específica para uso de símbolos ligados ao nazismo, e o STF já definiu que liberdade de expressão não abarca apologias ao regime de Adolf Hitler. Vou representar o autor do crime no conselho de ética da câmara dos deputados, espero que a justiça também faça sua parte!”, ressaltou o deputado.
EXPULSO DA POLÍCIA
Apesar de se apresentar como “Delegado Paulo Bilynskyj”, o deputado foi expulso Polícia Civil de São Paulo em 2022.
O Conselho da Polícia Civil de São Paulo aprovou a demissão de Bilynskyj do cargo de delegado após a divulgação nas redes sociais de um vídeo que, conforme entendeu a Corregedoria da instituição, fez apologia dos crimes de estupro e racismo.
O vídeo fazia parte de material promocional de cursos online ministrados pelo agora parlamentar e utilizou imagens de uma moça branca sendo carregada por homens negros e, na legenda, frases do tipo que a “situação fica preta” para quem não se prepara adequadamente para concursos.
Na época, ele já estava afastado das funções para concorrer a deputado federal pelo PL.
O policial também teve a arma retirada pela polícia após a publicação de conteúdo nas redes sociais em que aparece atirando, atacando a esquerda e convocando seguidores a participarem de atos em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Paulo Bilynskyj deputado do PL de São Paulo é apenas mais um destes nazistas inúteis o que ele necessita é verificar o que ocorreu no dia 09 de maio de 1945, ou seja há 74 anos, quando os nazistas levaram uma grande surra e jamais voltarão.