Também caiu de 37% para 35% o percentual dos que aprovam o governo. Aumentos abusivos da gasolina e alimentos e o descaso com as vítimas dos desastres do final do ano não agradaram nem um pouco a população
A desaprovação do governo Bolsonaro cresceu nos últimos dias. Foi de 53% para 57%, segundo pesquisa do PoderData, divulgada nesta quinta-feira (17). Seu descaso com as vítimas dos desastres do final do ano – ele insistiu em ficar se divertindo na praia – e os aumentos abusivos dos combustíveis mais recentemente, foram as principais causas do aumento da rejeição.
Caiu também o percentual dos brasileiros que aprovam o governo federal, de 37% para 35%. Os que não souberam responder são 8% dos entrevistados. A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 15 de março, portanto, depois da autorização do governo para um aumento escandaloso de 24,8% no preço do diesel, 18,8% na gasolina e 16,1% no gás de cozinha. A gasolina já tinha aumentado 47% em 2021.
O quadro abaixo mostra que jovens, moradores do Norte, Nordeste e Sudeste, os que ganham até dois salários mínimos e os que têm nível superior são os que mais reprovam o governo. Ele revela também que em todas as avaliações, por sexo, idade, renda, região e escolaridade, Bolsonaro é mais desaprovado do que aprovado.
A forma escorregadia de agir de Bolsonaro, tentando culpar os outros pelos problemas e tirar o corpo fora, fingindo que não tem responsabilidade pelos aumentos abusivos dos combustíveis e, por consequência, da inflação, não está agradando a população. Cada dia fica mais difícil comprar alimentos. Segundo a pesquisa, 52% continuam achando seu trabalho ruim ou péssimo e caiu de 30% para 27% os que acham o governo bom ótimo.
Os jovens, as mulheres, os moradores do Nordeste e do Sudeste, os mais pobres – com renda até dois salários – e os que têm nível superior, são também os que mais acham o governo Bolsonaro ruim o péssimo (veja quadro abaixo).
O resultado desta última pesquisa desanima os apoiadores do governo. Está todo mundo abatido no Planalto. Aliás, ele mesmo, há alguns dias, disse que estava de saco cheio de governar e que queria mesmo era largar tudo para ficar na praia com seu jet ski ou pescando com os amigos.