Ney Bello também está na lista quádrupla para uma das vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
O desembargador Ney Bello, do Tribunal Federal Regional da 1ª Região (TRF-1), que soltou o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, é o mesmo que em janeiro deste ano atendeu ao pedido do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e concedeu uma liminar liberando parte da madeira ilegal apreendida em dezembro de 2020, na Operação Handroanthus, da Polícia Federal (PF). A madeira tinha origem em desmatamento ilegal.
O delegado da PF, Alexandre Saraiva, à época, superintendente da PF no Amazonas, é quem aponta a “coincidência”.
Alexandre Saraiva acusou o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de interferir no caso e obstruir a investigação em favor dos madeireiros criminosos.
O delegado acabou afastado da Superintendência da PF do Amazonas logo depois das suas denúncias.
“O Brasil é o país das coincidências: desembargador que proferiu decisão para devolver a madeira, da maior apreensão de madeira ilegal da história, agora liberou o pastor que cobrava propina em ouro. Aposto minhas calças que este ouro vinha de garimpos ilegais da Amazônia”, escreveu Saraiva no Twitter.
As prisões preventivas de Milton Ribeiro, dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e mais dois aconteceram na quarta-feira (22). Na quinta, o juiz federal Ney Bello, do TRF-1, revogou a decisão anterior e soltou os investigados.
Milton Ribeiro está sendo investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. Depois que o escândalo veio a público, Jair Bolsonaro falou que colocaria “a cara no fogo” por seu ministro.
Ney Bello também está na lista quádrupla para uma das vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Apesar de Ney Bello não ser apontado como o preferido de Bolsonaro e de seus aliados, há mais duas vagas abertas no STJ, ainda sem data para serem preenchidas. E a decisão de Ney Bello desta quinta-feira está sendo vista como um aceno ao Planalto.