Na quarta-feira (28), a futura ministra da Ciência e Tecnologia (MCTI), Luciana Santos, reuniu-se na sede do governo de transição, em Brasília, com reitores de universidades federais.
A ideia é retomar o diálogo, que ficou paralisado durante o governo de Jair Bolsonaro. Em diversas ocasiões, ministros responsáveis pela área, como Abraham Weintraub do MEC referiram-se às instituições de ensino superior como antros de esquerdismo e consumo de drogas.
Neste primeiro contato, a futura ministra se dispôs a ouvir os pleitos dos reitores e discutir questões como financiamento à pesquisa científica nas universidades.
Além dos reitores, a reunião contou com um grupo de representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) e também ex-reitores de universidades federais.
O grupo apresentou um documento à ministra contendo uma avaliação do atual cenário da ciência, tecnologia e inovações no Brasil, bem como um conjunto de propostas para contribuir com políticas públicas para o setor.
“Viemos aqui para mostrar que a academia está à disposição do MCTI para a execução de um trabalho conjunto em favor do desenvolvimento científico, tecnológico e inovador no Brasil. A integração das universidades com o ministério possibilitará o avanço de inúmeros projetos em diferentes áreas de pesquisa ”, afirmou a reitora da Universidade de Brasília (UnB), professora Márcia Abrahão Moura.
Também entraram em pauta questões como recursos orçamentários para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao MCTI; a recomposição do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; o papel das universidades na produção de conhecimento no país; a participação de mulheres e meninas na ciência; a popularização e divulgação científica e a evasão de cientistas brasileiros para o exterior.
“É essencial que busquemos, cada vez mais, tornar ciência e tecnologia pautas populares, próximas do povo, principalmente, das meninas e das mulheres. Há muito o que ser feito, e o resultado será alcançado com trabalho conjunto entre os ministérios, as universidades, os centros de pesquisa, museus e demais instituições. O desenvolvimento tecnológico e científico do Brasil é uma questão de soberania nacional”, pontuou Luciana.
Outro tema de destaque na reunião foi o papel das universidades públicas no combate à pandemia da Covid-19, com o desenvolvimento de vacinas 100% nacionais, como a Spin-Tec MCTI, financiada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, e a elaboração de testes, tecnologia para ventiladores pulmonares e insumos como máscaras de proteção.
Participaram também da reunião a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Sandra Goulart, o reitor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Paulo Gabriel Nacif, a ex-reitora da Universidade Federal do Estado de São Paulo, Soraya Smaili, e a pró-reitora de extensão da Universidade de Brasília, Olgamir Amância.