A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou que Jair Bolsonaro “faz apologia à ilegalidade e à prevaricação de membros do primeiro escalão de seu governo”.
“Com o maior desmatamento dos últimos 10 anos, Bolsonaro confirmou a intenção de deixar o crime ambiental correr solto, verbalizando em evento do Banco do Brasil para o agronegócio que ‘paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental, especialmente no tocante à multa’”, denunciou Marina em suas redes sociais.
A ex-ministra do Meio Ambiente citou o caso de Alter do Chão, no Pará, que está sofrendo com a poluição de mercúrio despejado por garimpeiros no Rio Tapajós.
“O desmatamento e o garimpo poluíram o rio Tapajós e o paraíso de água doce virou um local de águas barrentas, contaminadas com mercúrio e pouco atrativas”, disse.
“As duas atividades que mais degradam têm grande apoio e incentivos institucionais do governo Bolsonaro. É essa política medíocre e destrutiva que seu governo oferece à maior floresta tropical do planeta”, acrescentou.
“Alter do Chão é um dos principais destinos turísticos da Amazônia. É importante pela localização, pela modalidade de turismo ecológico, pela beleza de suas águas límpidas e azuladas, pela contribuição à identidade cultural da região e pela oferta de uso econômico de recursos ambientais com baixo impacto”.
“Mas toda essa importância, com suas várias dimensões, está sendo atropelada pela ganância de outras modalidades de uso econômico da região, que não têm o menor compromisso com as características do local e muito menos com a Amazônia. Os turistas passam a evitar o local, os postos de trabalho somem e o lucro vai só para os agressores do meio ambiente na região”, publicou Marina.
Os moradores da região e os pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) afirmam que os garimpos feitos no alto Tapajós faz com que a região de Alter do Chão seja afetada.
A pesquisadora Suelen Souza contou que o monitoramento feito pela Universidade identificou níveis de mercúrio 10 vezes acima do limite estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As águas do Rio Tapajós, conhecidas por sua transparência, estão barrentas e amarronzadas.
