Bolsonaro fingiu-se de vítima e queixou-se não ter partido até agora para concorrer à reeleição em 2022.
“Tenho que ter um partido político, não sei se vou disputar eleição do ano que vem. Devo disputar, não posso garantir”, declarou.
Desde que saiu do PSL, em 2019, por não ter conseguido o controle total da legenda e dos milionários recursos financeiros do partido, Jair Bolsonaro já tentou criar o Aliança pelo Brasil, mas foi um fracasso.
Bolsonaro diz que quer entrar em um partido “que eu possa chamar de meu” e que possa ter controle para as eleições do ano que vem.
Entretanto, a queda de sua popularidade e de sua intenção de votos para 2022 faz com que os partidos não queiram deixar Bolsonaro entrar.
É o caso do Patriota, em que seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, chegou a se filiar. Os membros do partido se revoltaram e o presidente da legenda, Adilson Barroso, foi afastado. Flávio já cogita deixar a legenda.
“Tentei e estou tentando um partido que eu possa chamar de meu e possa, realmente, se for disputar a Presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível”, disse Bolsonaro.
“Então, o PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa”, continuou. A entrada no PP seria apenas para ter um partido, mas ele não teria controle da legenda.
O PP é comandado pelo senador Ciro Nogueira, que foi indicado por Jair Bolsonaro para a Casa Civil.
O convite já foi aceito e Ciro já nomeado, com publicação no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28). Ciro Nogueira é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por denúncias de corrupção.
Jair Bolsonaro se elegeu em 2018 prometendo romper com a política do “toma-lá-dá-cá” e zombando do “centrão”.
Agora ele mudou o discurso e assume que “eu sou do centrão, nasci de lá”.
Bolsonaro também prometeu na eleição governar com 15 ministérios. Agora já são 23 pastas.