“Estamos praticamente desgovernados e, cada vez mais, os governadores vão assumindo papéis que não são seus à vista da omissão da esfera federal”, disse o governado9r do Maranhão
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que “se hoje há vacina, a vacinação no Brasil” se deve à união dos governadores contra a omissão do governo Bolsonaro.
“Quando o presidente da República mandou o ministro da Saúde rasgar o contrato estabelecido com o [Instituto] Butantan, foi o conjunto dos governadores, entre os quais eu me inseri, lutando para que a vacina do Butantan fosse respeitada. E é o que nós temos hoje de vacinação no Brasil”, afirmou em entrevista ao My News.
Enquanto a vacina do Butantan, a CoronaVac, estava sendo desenvolvida, Jair Bolsonaro chegou a desdenhar dela, chamando-a de “vachina”, e disse que não iria comprá-la.
Os governadores defenderam a CoronaVac e agora também defendem a aquisição de outras vacinas desenvolvidas em outros países.
“Há esse espírito de convergência por sobre as naturais divergências. Eu sou de um campo político diferente do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), mas atuamos conjuntamente em defesa da vacina e da vacinação, por exemplo”, disse o governador do Maranhão.
Para Dino, essa união tem sido o caminho. “Ainda mais agora, que estamos chegando no limiar de 2 mil mortes diárias. Isto é muito grave, isto é terrivelmente grave. E nós estamos praticamente desgovernados, e, cada vez mais, os governadores vão assumindo papéis que não são seus à vista da omissão da esfera federal”.
Na quarta-feira (3), o país chegou a 1.910 mortes decorrentes por coronavírus em apenas 24h, o número mais alto desde o começo da pandemia. É o segundo dia seguido em que o trágico recorde é batido.