Presidente da UMES, Lucca Gidra, avalia com satisfação as diversas campanhas realizadas pelo país para ampliar a participação da juventude nas eleições presidenciais. “É uma grande vitória, não só dos estudantes, mas de toda a sociedade. Uma vitória da democracia”
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou o resultado da campanha intensa das últimas semanas para convencer os jovens da importância de votar nas eleições de outubro. Entre janeiro a abril deste ano, o país ganhou 2 milhões de eleitores entre 16 e 18 anos, aumento de 47% na comparação com 2018 e de 57% em relação a 2014. O anúncio foi feito pelo presidente do TSE, Edson Facchin, na última quinta-feira (5).
Fachin fez um balanço das ações da Justiça Eleitoral durante a Semana do Jovem Eleitor, que aconteceu entre 14 e 18 de março, e destacou a comunicação direta com os jovens pelas redes sociais do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais. Nos últimos 31 dias, ao todo, foram mais de 8 milhões e meio de pedidos atendidos, quase a metade deles solicitados de forma virtual, pelo Título Net. No dia 11 de julho, o TSE vai divulgar o total de eleitoras e eleitores que estão aptos a votar neste ano.
Em entrevista ao HP, o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucca Gidra, considerou que esse número recorde de novos eleitores dá esperança para a democracia e para a derrocada de Bolsonaro.
A UMES liderou na capital paulista a campanha “Todo Estudante com Título na Mão”, em que busca a participação ativa dos jovens nas eleições e na defesa da democracia. O objetivo da campanha era o de ampliar a participação dos jovens nas eleições. “A maior reprovação ao bolsonarismo se dá na juventude. Em tempos de ameaça à democracia, precisamos reafirmar a importância do direito que temos ao voto. Bolsonaro tenta atacar este direito então temos que defendê-lo. Mais de 70% dos jovens rejeitam Bolsonaro. Ele representa tudo que nós somos contra. O objetivo da nossa campanha era aumentar a força da juventude nas eleições”, destacou Lucca.
Veja a entrevista do líder estudantil na íntegra:
HORA DO POVO – Segundo o TSE, mais de 2 milhões de jovens emitiram seus títulos eleitorais este ano. Como você avalia este crescimento recorde?
Lucca: “Eu avalio como uma grande vitória da democracia. Na medida que a eleição vai se aproximando, nós vamos pensando sobre o que a gente quer do país e, com certeza, o que a gente não quer é o governo Bolsonaro. Toda a sociedade se mobilizou em torno do título de eleitor, da importância de garantir a nossa democracia e o voto é uma das principais ferramentas que a gente tem dentro de uma democracia, e isso é super positivo.
Então conseguimos reverter uma situação que estava muito ruim e nós ampliamos essa quantidade de títulos para chegar em 2 milhões de novos eleitores. Essa é uma grande vitória, não só dos estudantes, mas de toda a sociedade. Uma vitória da democracia”.
Com esse reforço de alistamento da juventude, como fica a luta contra Bolsonaro?
A luta agora vai se intensificar ainda mais. Esses novos títulos de eleitor vão fazer a diferença para essa eleição. Vamos precisar continuar mobilizado dentro das escolas, continuar mobilizando nas ruas, botando pressão e agora temos o próximo passo: Tem dois milhões de estudantes com o título de eleitor na mão, mas isso não significa que esses dois milhões vão votar no dia da eleição.
Agora o nosso próximo passo é incentivar que esses estudantes votem e votem conscientes de que o voto tem que ser a favor da democracia. E o único voto a favor da democracia é o voto que é contra o governo Bolsonaro.
Precisamos continuar firmes e fortes na campanha da conscientização, da importância da gente garantir a nossa democracia e firmes e fortes para garantir o Fora Bolsonaro. Vamos lutar para que todos esses dois milhões votem contra o retrocesso do governo Bolsonaro.
O que os estudantes esperam das eleições de 2022?
É justamente nos estudantes que Bolsonaro encontra o maior nível de rejeição a seu governo. O que esperamos é que justamente essa rejeição se manifeste nas urnas. E que a mesma se torne realidade, ou seja, esperamos que Bolsonaro saia da Presidência da República.
É claro, ainda não está ganho, tem muita coisa pra rolar ainda nessas eleições e Bolsonaro ainda não está derrotado. Mas nós temos a esperança de que vamos conseguir derrotar ele e estamos trabalhando muito para isso.
Emitimos muitos títulos de eleitor e agora a gente vai continuar na luta, na intensa mobilização para garantir a sua derrota. Bolsonaro só vai cair através de muita luta.
DESTAQUE INTERNACIONAL
A campanha “Todo Estudante com Título na Mão” foi destaque na reportagem da emissora CGNT America que cobriu a mobilização pelo alistamento eleitoral na EE Pedro II:
