Após quatro adiamentos, o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, será ouvido pela CPI da Pandemia nesta quinta-feira (19), a partir das 9h30.
As denúncias de negociatas com a vacina Covaxin levaram ao cancelamento do contrato com a Precisa, empresa que representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, que fabrica o imunizante. E a Bharat Biotech, rompeu com a Precisa em julho.
O processo de compra da vacina foi envolvido em irregularidades. A vacina estava sendo negociada ao preço de US$ 15 a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de doses, num total aproximado de R$ 1,6 bilhão, com a conversão da época.
Mas, documento do Ministério da Saúde indicava o preço de US$ 10 por dose com perspectivas de reduzir o valor.
Maximiano liderou uma delegação recebida na Embaixada do Brasil em Nova Déli no dia 7 de janeiro. Um dia depois da reunião, Bolsonaro informou por telefone ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que a Covaxin havia sido uma das vacinas ‘escolhidas’, junto com a Astrazeneca. O governo federal já havia recebido cinco ofertas da Pfizer e quatro do Instituto Butantan sem dar resposta.
O servidor do Ministério da Saúde, Luiz Ricardo Miranda, denunciou que estava sendo pressionado para acelerar a compra. Houve tentativa de antecipação de pagamento de US$ 45 milhões não previstos em contrato. O pagamento seria feito a uma empresa localizada em um paraíso fiscal.
Luiz Ricardo é irmão do deputado Federal Luiz Miranda (DEM-DF), e ambos já depuseram à CPI. Na ocasião, os irmãos disseram ter avisado Jair Bolsonaro sobre a suspeita de corrupção e fraude na contratação.
O pagamento só não foi feito porque Luiz Ricardo denunciou a negociata ao Ministério Público e à CPI da Pandemia.
O requerimento para a oitiva desta quinta-feira partiu do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que diz ser imprescindível esclarecer os exatos termos das tratativas entre a Precisa Medicamentos e o governo federal para aquisição da Covaxin.
A Precisa Medicamentos é sócia de outra empresa, a Global Saúde, acusada de não ter cumprido contrato fechado com o Ministério da Saúde para fornecer remédios de alto custo. O negócio foi feito no fim de 2017, quando a pasta era chefiada pelo deputado federal Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara.
Das outras vezes, Maximiano alegou estar em viagem para não depor.
Com informações da Agência Senado
Vídeo sobre o caso Covaxin: