O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, na segunda-feira (23), o afastamento do coronel Aleksander Toaldo Lacerda, que está na ativa, por conta de suas indisciplinas, manifestações políticas e convocação para ato golpista.
“Indisciplina não será admitida na PM que respeita suas regras e suas funções. São Paulo tem orgulho da sua polícia militar, a mais bem treinada do Brasil”, disse João Doria.
“Aqui no Estado de São Paulo nós não teremos manifestações de policiais militares na ativa de ordem política”, continuou.
A nota da PM diz que “a Corregedoria da instituição, que é legalista e tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do País nela expressos, analisa as manifestações recentes do oficial, que foi convocado ao Comando Geral para prestar esclarecimentos”.
“Postagens e opiniões expressadas por PMs em contas privadas de redes sociais, eventos oficiais públicos e na mídia em geral, quando atentarem contra as normas vigentes e tomarem contornos de ilegalidade, serão punidas com rigor”, acrescentou.
Aleksander Lacerda era chefe do comando de Policiamento do Interior-7, da região de Sorocaba, que conta com mais de 5 mil policiais e atua em cerca de 78 municípios.
Em suas redes sociais, o coronel publicou frases golpistas e atacou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por não estar apoiando o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Covarde”, disse.
Aleksander também fez uma publicação chamando o governador de João Doria de “cepa indiana pronta para acabar com o Brasil”.
Ele também criticou a cúpula da CPI da Pandemia, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Aleksander Lacerda estava convocando seus “amigos” para a manifestação do dia 7 de setembro, para a qual o cantor Sérgio Reis prometeu “quebrar tudo”, entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) e tirar os ministros “na marra”. No Facebook, disse que está “100% com Sérgio Reis”.
Em outra publicação, o policial compartilhou uma montagem de Alexandre de Moraes com um uniforme nazista e com o bigode de Hitler e disse que sentia “nojo” do STF.
Jair Bolsonaro apresentou um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, argumentando que o ministro não poderia estar investigando os ataques e ameaças contra o STF e a democracia.