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Na Bahia, Jerônimo Rodrigues derrotou ACM Neto. Candidatos bolsonaristas foram derrotados no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Paraíba e Alagoas
Quase 83 milhões de eleitores de 12 estados escolheram seus governadores no último domingo (30), além de terem elegido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais uma vez presidente do Brasil. Destes, 5 governadores são reeleitos e 7 são eleitos no segundo turno.
Na Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), foi eleito governador do estado para os próximos quatro anos. Jerônimo se tornou o primeiro indígena eleito governador no país. A vitória sobre ACM Neto, do União Brasil, em disputa pelo governo da Bahia, foi oficializada, onde Jerônimo obteve quase 4,5 milhões de votos, 52,79% do total.
Jerônimo iniciou a apuração em desvantagem, mas após cerca de uma hora de apuração, com cerca de 24% das urnas apuradas, passou na frente e seguiu até o final para ser eleito o 52º governador da Bahia.
O novo governador eleito tem 57 anos e é indígena do município de Aiquara, pequena cidade localizada no sul da Bahia. Engenheiro agrônomo e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana, Jerônimo entrou para a política em 2007, quando foi convidado para atuar como Assessor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, e depois fez parte da Secretaria de Planejamento. Em Brasília, foi Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, além de ocupar outros cargos. Nos últimos anos, voltou a atuar no executivo estadual.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) foi reeleito com 57,1% dos votos, enquanto o Bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL) obteve 42,9% dos votos. Essa eleição marca a primeira vez em que um político foi reeleito para o cargo.
Em seu discurso, Leite defendeu a democracia: “Eu quero começar agradecendo à imensa generosidade do povo do RS, que mostrou que esta terra quer a paz, a união, o respeito, e falou mais alto nesta eleição”.
Natural de Pelotas, Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite tem 37 anos. Bacharel em direito, ele foi governador do Rio Grande do Sul entre 2019 e 2022.
“Eu vou dar o melhor de mim. Tudo que eu puder da minha vida, do meu coração, da minha capacidade, para honrar um povo que disse que quer um governo eficiente, carinho e respeito. Vou lutar para que a gente faça com que seja o melhor estado do Brasil para se viver”, concluiu.
O atual governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) foi reeleito neste segundo turno contra o bolsonarista Carlos Manato (PL). Com 100% das urnas apuradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato do PSB obteve 1.171.288 votos, que corresponde a 53,80% dos votos válidos, contra 1.006.021 votos de Manato, que alcançou 46,20% dos votos.
Casagrande é advogado e engenheiro florestal e vai comandar o estado pela terceira vez. Em 2010, ele foi eleito em primeiro turno. Quatro anos depois, perdeu a reeleição para Paulo Hartung (MDB).
Em 2018, voltou à disputa pelo governo do Espírito Santo, desta vez contra Manato, de quem venceu com vantagem; teve 55% dos votos, enquanto seu adversário ficou em segundo lugar, com 27%.
Nesta eleição de 2022, a disputa foi acirrada com o bolsonarista, que subiu nas pesquisas no segundo turno, chegando a ultrapassá-lo no índice de popularidade digital, que mediu o desempenho dos candidatos nas redes sociais.
Casagrande, no entanto, conquistou a vitória, favorecido com o debate televisivo às vésperas da eleição, no qual seu adversário voltou a negar a pandemia da Covid-19 e defender o tratamento precoce contra o coronavírus. Manato, que é médico, disse que a crise sanitária foi uma invenção para proibir a população de sair de casa e vender vagas de leitos para o SUS.
Em Alagoas, Paulo Dantas (MDB) foi eleito ao governo do estado, com 834.278 votos, 52,33% dos votos válidos, de acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Rodrigo Cunha (União Brasil) teve 759.984 votos, 47,67% dos votos válidos.
Natural de Maceió (AL), Paulo Dantas (MDB) tem 43 anos e é administrador de empresas formado pelo Centro Universitário Cesmac. Em 2018, foi eleito deputado estadual de Alagoas, mas, em maio deste ano, por eleição indireta, assumiu o governo do estado, uma vez que o então governador Renan Filho deixou o cargo para disputar as eleições para o Senado.
A vida política de Paulo Dantas começou em 2004, quando foi eleito prefeito de Batalha (AL) e, tendo alcançado a reeleição em 2008.
Em Pernambuco, Raquel Lyra, do PSDB, foi eleita governadora. Ela é a primeira mulher da história a ser eleita para o cargo no estado e venceu Marília Arraes, do Solidariedade. Raquel foi eleita com 58,70% dos votos válidos, e Marília obteve 41,30% dos válidos.
Raquel Lyra e Marília Arraes foram as primeiras mulheres a chegarem ao segundo turno na disputa pelo governo de Pernambuco. Esta foi a primeira vez na história do Brasil que duas mulheres disputaram o segundo turno por um governo estadual.
Raquel Lyra nasceu no Recife, tem 43 anos e foi prefeita de Caruaru, no Agreste, por dois mandatos consecutivos. Renunciou ao cargo em março deste ano, para concorrer ao governo. Entre 2007 e 2016, foi filiada ao PSB e, em 2016, se filiou ao PSDB, partido do qual faz parte atualmente.
Na Paraíba, João Azevêdo (PSB) foi reeleito neste domingo. João tem 69 anos e é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), é professor aposentado do Instituto Federal do estado (IFPB) e já atuou como diretor da Divisão de Planejamento Habitacional do IPEP, chefe da Assessoria de Planejamento Econômico da Urban, secretário de Serviços Urbanos de João Pessoa e secretário estadual da Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia, entre outros.
No Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) foi eleito governador. Riedel é secretário de Infraestrutura do Mato Grosso do Sul. Foi diretor presidente da Famasul de 2012 a 2014, quando assumiu a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica do estado, no governo de Reinaldo Azambuja, cargo em que permaneceu até 2021. Seu vice é o advogado e deputado estadual José Carlos Barbosa (PP).
Em Rondônia, o atual governador, coronel Marcos Rocha (União Brasil), foi reeleito para mais quatro anos de mandato. Natural do Rio de Janeiro, 53 anos, é formado em análise de sistema de dados e administração de negócios e pós-graduado em educação e técnicas de ensino.
Policial Militar da reserva, Marcos Rocha estreou na política ao se candidatar ao governo de Rondônia em 2018. Seu vice é o superintendente estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedes) do estado, Sérgio Gonçalves (União).
Em Santa Catarina, o senador bolsonarista Jorginho Mello (PL) foi eleito governador. Jorginho é advogado e tem uma longa carreira política. Foi vereador de Herval d’Oeste, município catarinense, entre 1976 e 1980, foi quatro vezes deputado estadual (de 1995 a 2011), duas vezes deputado federal (2011 a 2019) e, em 2018, foi eleito senador por Santa Catarina.
No Amazonas, Wilson Lima (União) foi reeleito. Wilson tem 46 anos, é casado e nasceu na cidade de Santarém, no Pará. Ele é o atual governador do estado do Amazonas, tendo Tadeu de Souza (Avante) como vice.
Em Sergipe, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) foi eleito governador. Nascido em Aracaju, Fábio Mitidieri tem 45 anos e é formado em administração. Começou a vida pública em 2008, quando foi eleito vereador. Em 2011, assumiu a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do estado. Foi eleito deputado federal em 2014 e reeleito em 2018. O vice eleito é o deputado estadual Zezinho Sobral (PDT).
Em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi eleito governador. Ex-ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro, Freitas é natural do Rio de Janeiro. É engenheiro de fortificação e construção pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Militar da reserva, Tarcísio é servidor público de carreira vinculado à consultoria legislativa da Câmara dos Deputados. Foi diretor executivo e geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes durante o governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2015. Seu vice é o ex-prefeito de São José dos Campos Felicio Ramuth (PSD).