O Dr. Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos e chefe da força tarefa de combate à pandemia do governo norte-ameriano, denunciou que ele e sua família receberam ameaças de morte pelo trabalho que vem realizando em defesa das medidas cientificamente comprovadas para prevenir a propagação do coronavírus no país. Informou que teve que ser destacada uma equipe de segurança para acompanhá-lo de forma contínua.
“As crises mostram o melhor e o pior das pessoas, e receber ameaças de morte contra minha família e intimidar minhas filhas até o ponto em que tenho que conseguir proteção, é inacreditável”, assinalou Fauci em um foro transmitido pela Universidade de Harvard.
“Nunca teria imaginado, nem em meus sonhos mais doidos, que as pessoas que se opõem aos princípios de saúde pública mais básicos estariam tão contra o que eu digo, baseando-me na ciência, e que me ameaçariam”, acrescentou o líder da luta contra o coronavírus nos EUA.
Fauci apontou a necessidade e a urgência dos estadunidenses utilizarem máscaras, manterem o distanciamento físico, a higiene e evitar ir a eventos com aglomerações em lugares fechados. Um dos motivos que poderia estar por trás da rejeição às medidas para combater a pandemia, detalhou o epidemiologista, é o “sentimento anti-ciência” nos Estados Unidos que está “relacionado com a autoridade e a desconfiança”.
EUA EPICENTRO DA COVID
No sábado(8), a quantidade de casos confirmados era de quase 5 milhões e de 161.456 mortos, confirmando que o país continua no pico do Covid-19 no mundo.
Com o descaso pela doença e pelas medidas científicas por Trump, que já receitou de detergente a cloroquina (no que é macaqueado aqui por Bolsonaro), a situação por lá estaria muito mais grave sem a persistência do Dr. Fauci e dos governadores (principalmente os democratas) que seguem suas orientações.
Trump já confrontou publicamente o especialista declarando que ele tem se equivocado em muitas de suas recomendações. «É um pouco alarmista», disse à Fox News, onde se referiu à orientação do virologista sobre o uso das máscaras e sobre a gravidade da pandemia no país. Mas, Fauci reagiu e voltou a defender suas opiniões sobre os contágios: “Me considero mais realista que alarmista”.
Ressabiado, o presidente reconheceu a popularidade de seu assessor e, sem condições de negá-lo, disse que Fauci goza de boa aceitação na população, diferente dele que “não agrada ninguém pela sua personalidade”.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Quinnipiac revelou que 65 % dos consultados escutam mais a Fauci que ao presidente, e que quase 7 de cada 10 não acreditam o que diz Trump sobre a pandemia de coronavírus, conforme publicou o site elintranews.com.