O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho zero três de Jair Bolsonaro, disse estar torcendo para que norte-americano Kyle Rittenhouse, que caçou e assassinou dois negros durante as manifestações antirracistas de 2020, seja absolvido no julgamento.
No Twitter, Eduardo Bolsonaro publicou: “Torcendo para que a decisão seja justa, logo, ele seja absolvido”. No desenho em que compartilhou, Kyle está sendo perseguido por demônios.
O julgamento de Kyle Rittenhouse começou no dia 1º de novembro. O veredito do júri popular deverá ser divulgado nos próximos dias.
Em agosto de 2020, uma manifestação contra a discriminação racial foi organizada na cidade de Kenosha, em Wisconsin, por conta de um policial branco que deu sete tiros nas costas de um negro, deixando-o tetraplégico.
Kyle Rittenhouse, que tinha 17 anos, se organizou com um grupo de supremacistas e foi de Illinois, seu estado, para Kenosha carregando um fuzil de assalto. Lá, ele matou dois manifestantes, ambos negros, e deixou outro ferido.
O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para quem Bolsonaro presta continência, já deu diversas declarações a favor da repressão com tiros contra os manifestantes antirracistas.
A defesa de Kyle Rittenhouse disse, sem provas, no processo, que ele agiu em legítima defesa, uma vez que teria sido cercado pelas pessoas contra quem atirou.
Em vídeos gravados antes do acontecimento, Kyle diz que foi para a cidade para proteger uma loja que teria sido depredada em manifestações anteriores. O dono da loja afirmou que não chamou ninguém para proteger o local.
O jovem supremacista atirou contra os manifestantes em dois momentos. No primeiro, alguém desconhecido atira para o céu e Rittenhouse aponta seu rifle para aquela direção e atira, atingindo um homem na cabeça.
No segundo momento, ele está correndo nas ruas da cidade, segurando sua arma, fugindo de pessoas que tentam lhe dar chutes. Quando ele cai no chão, vira sua arma para duas pessoas e atira, atingindo um no peito e outro no braço.
Donald Trump não comentou o primeiro assassinato, optando falar que Kyle “estava em grandes apuros” e que estava sendo atacado “violentamente”.
Nas redes sociais, Kyle já compartilhava publicações contrárias às manifestações por direitos civis, se dizendo pró-polícia, desde os 16 anos. Ele também tinha diversas publicações com armas e praticando tiro.
Ele tem sido elevado, pelos grupos trumpistas e bolsonaristas, como “herói” da luta contra os progressistas e pela liberdade.