Servidores do Tesouro Nacional enviaram uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, em que reivindicam reajuste salarial e afirmam que o atual clima de frustração da categoria “tem potencial para desencadear uma entrega generalizada de cargos de confiança, com implicações imediatas à capacidade institucional” do Tesouro.
A carta foi assinada por 416 dos 524 servidores, entre técnicos, auditores federais, coordenadores-gerais e gerentes da área de Finanças e Controle.
A categoria também se mobiliza para um ato virtual com paralisação, no próximo dia 22, momento em que irão anunciar a prévia da adesão à entrega de cargos, que, na avaliação do Unacon Sindical, sindicato que representa a categoria, deve ser “altíssima”.
“As perdas em relação a 2019 alcançam 20% e podem chegar a 30% no fim deste ano. Em simultâneo, o governo sinalizou reposição restrita à segurança pública, discriminando o conjunto de servidores e a carreira de Finanças e Controle, cuja remuneração cairia de 88% para 65% desta tabela”, afirma Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical.
Na carta, eles pedem que o governo encaminhe uma Medida Provisória ao Congresso com tabela remuneratória compatível a outras carreiras de Estado para a categoria.
“O desalinhamento em pauta configura-se, portanto, como um desserviço à boa gestão dos recursos humanos do serviço público, ao impor um descompasso injustificado à luz da qualificação, produtividade e responsabilidade das atividades desempenhadas pelos servidores do Tesouro Nacional”, afirma o documento.
No dia 9 de março, os servidores do Tesouro se unirão ao conjunto do funcionalismo nos protestos e paralisações do Dia de Mobilização dos Servidores Federais, que também lutam por recomposição salarial e contra o corte de verbas e desmonte dos órgãos públicos que vêm sendo implementados pelo governo Bolsonaro.
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