O Ministério Público do Trabalho (MPT) irá abrir um inquérito para apurar a conduta da embaixadora das Filipinas no Brasil, Marichu Mauro, que foi flagrada em imagens de câmeras de segurança agredindo uma empregada doméstica dentro da residência diplomática, em Brasília.
O ato viola o direito trabalhista e criminal, mas a imunidade diplomática da qual goza Marichu limita a ação da Justiça brasileira. Contudo, o MPT irá seguir a investigação no Brasil para auxiliar as apurações nas Filipinas.
Nas imagens, a embaixadora aparece agredindo a funcionária, que também é de origem filipina, com tapas, puxões de orelha, beliscões. Em uma das imagens a agressora retira a máscara da trabalhadora com um puxão de orelha.
Marichu Mauro está no Brasil desde 2018. Ela atuava também como representante do país asiático na Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela. Na segunda-feira, 26, o governo Filipino ordenou o retorno da embaixadora ao país e, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores filipino, Marichu está agora sob investigação.
Até essa terça-feira, 27, o governo brasileiro não se manifestou. Entre as medidas que poderiam ser tomadas, estão o pedido de renúncia da imunidade ao país para que a investigação prosseguisse conforme as leis brasileiras.
A denúncia foi feita após um funcionário, que não quis se identificar, ver as imagens no circuito interno de segurança da residência oficial da embaixadora, nos fundos da embaixada, em Brasília. Junto com um colega, fez um pente fino nas gravações, quando descobriram que a vítima era agredida praticamente toda semana.
Os vídeos foram divulgados no domingo (25) em reportagem do Fantástico e as imagens são usadas como provas em uma denúncia feita contra a embaixadora no fim de agosto.
A funcionária agredida tem 51 anos e deixou o Brasil na semana passada. Os representantes do país disseram que ela voltou para as Filipinas, de onde vai contribuir com as investigações.
