Os dois coordenadores de acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba, Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, foram assassinados no sábado, na cidade de Alhandra, a 45km de João Pessoa, no último sábado (8).
O acampamento Dom José Maria Pires foi criado em 2017 com a ocupação de áreas improdutivas pertencentes ao grupo Santa Tereza. Hoje moram e produzem nessas terras 450 famílias, que eram lideradas por Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando.
Na noite do sábado, dois homens com rostos cobertos por camisetas invadiram o acampamento e se dirigiram até a área onde jantavam os agricultores. Lá, pediram para que os demais se afastassem de Rodrigo e Orlando e metralharam as lideranças.
Segundo o MST, o assassinato destas lideranças tem “caráter de crime para intimidar a luta pela terra”. “Exigimos justiça com a punição dos culpados e acreditamos que lutar não é crime. Nestes tempos de angústia e de dúvidas sobre o futuro do Brasil, não podemos deixar os que detêm o poder político e econômico traçar o nosso destino. Portanto, continuamos reafirmando a luta em defesa da terra como central para garantir dignidade aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade”, disse a organização, por meio de nota.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão da Paraíba (PRDC-PB), órgãos do Ministério Público Federal, também emitiram nota se solidarizando e reiterando “compromisso com a proteção dos direitos humanos dos assentados” e garantindo “todos os esforços perante os órgãos de investigação para que a autoria do duplo assassinato seja esclarecida e os responsáveis punidos conforme a lei”.
Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva foram velados no domingo (9).