Dois ministros israelenses, Nitzan Horowitz (Saúde) e Esawi Freige (Cooperação Regional) estiveram com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na cidade palestina de Ramalah, neste domingo (3).
Os dois ministros são representantes do partido Meretz (um dos principais defensores da Solução dos Dois Estados para o conflito Israel-Palestina) na ampla coalizão que foi capaz de derrotar o regime de Netanyahu que, além de corrupto, vinha promovendo em palavras e ações a extensão de ocupação dos territórios palestinos e em diversos aspectos, tanto em palavras como em atos, o supremacismo judaico.
Horowitz que também preside o partido Meretz disse a Abbas que foi a Ramalah para “fazer avançar” a cooperação com a Autoridade Palestina.
Ele reconhece que, na coalizão, inclusive na concepção externada pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, a decisão de voltarem a sentar israelenses e palestinos em uma mesa para negociar os termos da paz com base em um Estado Palestino livre, viável e soberano, lado a lado e em paz com o Estado de Israel ainda não está formulada, mas que é preciso um esforço para fazer com que ela avance.
O ministro da Saúde israelense foi sincero: “Ainda que não estaremos chegando a um acordo nesta oportunidade, queremos manter a opção e buscar garantir que não sejam dados passos no terreno que firam a visão dos Dois Estados”.
Horowitz ressaltou ainda que há um percentual elevado de israelenses que segue acreditando na Solução dos Dois Estados como a melhor saída para a paz na região.
Abbas reagiu com franqueza e pediu aos ministros visitants que “me permitam manter a esperança nos Dois Estados no coração dos palestinos” e enfatizou que o desejo da Autoridade Palestina é a promoção de um acordo de paz que se consolide com o estabelecimento de um Estado Palestino ao lado do Estado de Israel.
Neste sentido, o líder palestino destacou a necessidade de que sejam tomadas “medidas de construção de confiança, que comprovem a vontade de se chegar à paz e, com isso, que seja preservada a esperança do povo palestino”.
Apesar de haver escutado o pronunciamento do premiê israelense na ONU, passando ao largo da questão da solução do conflito, Abbas se dirigiu aos visitantes convidando todos os ministros do atual governo de Israel a “virem aqui, não precisamos, desde já, estarmos de acordo, mas precisamos conversar”.
Apesar da persistência nas dificuldades para o avanço rumo à paz, houve algumas iniciativas que apontam para uma mudança do quadro em relação ao governo israelense anterior. Desde a visita do ministro da Defesa, Benny Gantz, a Abbas e dos contatos de Esami ao dirigente palestinos, o governo de Israel já concordou em ampliar o número de vistos para palestinos trabalharem em Israel e também no aumento no número de permissões para a construção de residências palestinas nos territórios palestinos ainda sob ocupação israelense.
