Com as chuvas que assolam Minas Gerais, e fazem o Estado ser palco de uma tragédia, Jair Bolsonaro repete o comportamento de indiferença e menosprezo com o qual tratou a situação semelhante vivida na Bahia com milhares de desabrigados pelas enchentes e tempestades, no final de dezembro.
Bolsonaro não manifestou uma palavra sobre o assunto, não prestou solidariedade a ninguém, nem mesmo teve qualquer iniciativa no local da tragédia, nem mesmo sobrevoar as regiões atingidas, ele não sobrevoou.
O número de mortos em decorrências das enchentes e desabamentos causados pelas chuvas em Minas Gerais chegou a 24. Só nas últimas 24 horas, foram registradas cinco novas mortes, segundo divulgou a Defesa Civil nesta quarta-feira (12).
As últimas mortes confirmadas pela Defesa Civil aconteceram em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Perdigão, no Centro-Oeste, Ouro Preto e Santana do Riacho, na Região Central.
Bolsonaro ignora os 3.992 desabrigados, que perderam suas casas, e 24.610 pessoas desalojadas, que tiveram que sair das suas residências sem saber quando voltam.
O número de cidades em situação de emergência também teve aumento expressivo nas últimas 24 horas, passando de 145 para 341, o que representa a 39,97% dos 853 municípios mineiros.
As dez mortes registradas no último sábado (8) durante o desabamento de uma rocha em Capitólio não fazem parte da contagem.
A inércia de Bolsonaro e seu governo frente à tragédia enfrentada por Minas Gerais foi condenada pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que cobrou mais assistência, especialmente financeira ao Estado.
“Não precisamos de voo de helicóptero (…). Sobrevoar é balela, você não vê nada. É hora de cheque, dinheiro. Saia daqui e vá para Brasília. Bons amigos devem ser recompensados”, disse o prefeito em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.
Segundo Kalil, chegou a hora de o presidente Jair Bolsonaro “mostrar que realmente é amigo” do governador Romeu Zema, seu aliado.
“A situação é difícil. É importante que o governo federal olhe para Minas Gerais. O presidente é amigo do governador, essa é a hora de mostrar que é amigo de verdade (…). São municípios sem estrutura. O governo de Minas Gerais já deveria ter feito uma ação”, criticou.