Representantes do setor repelem vinculação de sua imagem aos vândalos que depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília
Entidades do setor agropecuário brasileiro articulam uma nota conjunta para repudiar de forma unânime os atos terroristas realizados por bolsonaristas no último domingo (8), em Brasília.
O documento, que deve ser divulgado nos próximos dias, segundo reportagem do Valor Econômico, busca afastar a imagem do setor dos crimes cometidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, destruindo e saqueando o patrimônio público. Segundo informações levadas ao governo, há suspeitas de que alguns empresários do agronegócio teriam financiado a ida destes terroristas para a capital federal.
A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), afirmou que os atos “são inacreditáveis e inaceitáveis e precisam ser investigados a fundo de modo a encontrar e punir os verdadeiros culpados de forma que não paire sobre setores inocentes qualquer desconfiança”. Já União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) afirmou que “nada justifica” os atos de vandalismo e desrespeito institucional realizados no domingo e disse que “neste momento, o Brasil precisa de comprometimento, não só de seu povo, mas de todos os setores da economia para garantirmos a estabilidade do país e o seu bem comum”.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) considerou “inadmissíveis quaisquer ações de violência e vandalismo contra o Estado Democrático”. Por outro lado, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) cobrou punição aos envolvidos. Em uma rede social a entidade “repudiou as manifestações violentas que culminaram em vandalismo e falou da urgência em identificar os criminosos para puni-los com rigor legal”.
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) destacou que “o agronegócio sério atua em harmonia com a sustentabilidade e não apoia – e, muito menos, estimula – atos de violência, como os registrados nos Três Poderes”, disse ao repudiar os atos de terrorismo.
“Atos violentos são criminosos e devem ser punidos com todo o rigor da lei”, defendeu a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destacando que a “convicção de toda a agroindústria produtora de alimentos” está “na preservação do Estado Democrático”.
“A Democracia e as instituições democráticas são o maior bem da sociedade”, lembrou A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau afirmando que “não é admissível que uma minoria se sinta no direito de atentar contra o Estado Democrático e o governo legitimamente constituído”.
A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) reafirmou apoio a “toda manifestação pacífica, ordeira e dentro dos princípios democráticos”, mas que “atos de depredação jamais terão o aval do segmento”.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) defendeu “a necessidade de apuração rigorosa dos fatos e punição dos envolvidos” e se posicionou “contra as declarações que associam o agronegócio às invasões ocorridas em Brasília”. “Historicamente os produtores rurais manifestam-se de forma pacífica e jamais com atos de quebradeira”, disse a entidade, reforçando que “não se silenciará diante de ataques aos produtores”.
Na mesma linha, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) disse “prezar pelo cumprimento das leis e da constituição” e defendeu “a liberdade de pensamento e a manifestação pacífica, mas não concorda com invasão e depredação de propriedade”. A entidade destacou, ainda, a “importância do agro brasileiro no desenvolvimento do Brasil” e afirmou que “declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do segmento”.
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) disse ser “descabida, ilegal e inaceitável a ação de movimentos de invasões e vandalismo, assim como não se deve fazer declarações precipitadas seja pelo setor privado ou público”. A Abag afirmou, também, aque “o agronegócio é defensor de soluções que levem à paz”.