
O comandante das operações de resgate em Brumadinho (MG), tenente-coronel Eduardo Ângelo, afirmou que os equipamentos trazidos de Israel para auxiliar nas buscas “não são efetivos para esse tipo de desastre”.
Ele reconheceu que o detector de imagens poderia ser eficaz para localização de sobreviventes, pois capta o calor humano. Porém, nenhum sobrevivente foi localizado nas últimas 48 horas.
“O ministro de Israel se pronunciou a respeito das dificuldades que eles tiveram. O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos [na região] são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente”, observou.
Segundo o militar, dos equipamentos trazidos pelos israelenses, “nenhum se aplica a esse tipo de desastre”. Eduardo Ângelo explicou que no caso do detector de imagens, por exemplo, que faz a imagem se constituir “é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo”.
O comandante disse que o apoio que os israelenses podem dar é importante, mas funciona apenas “como mão-de-obra”. “As equipes de campo estão acompanhadas pelas equipes dos bombeiros de Minas Gerais”, disse.
Os 136 militares enviados ao Brasil pelo governo de Israel irão se concentrar na busca de sobreviventes. Eles trabalharão em conjunto com bombeiros brasileiros na área do refeitório da empresa, onde havia muitas pessoas no momento em que a barragem da Vale rompeu, na sexta-feira (25).
Porém, o tenente-coronel Eduardo Ângelo voltou a dizer que são pequenas as chances de localização de sobreviventes. “O que a literatura fala é que depois de 48 horas, a chance é quase nula. Mas existem registros de pessoas que foram encontradas vivas dias depois, mas é um ponto fora da curva. A experiência mostra que a cada dia que passa, a chance é menor”, completou.