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Estreando com sucesso o novo modelo de apresentação – com apenas quatro escolas por noite –, o desfile do Grupo Especial do carnaval carioca transcorreu com destaque para os temas afro, onde brilharam a Imperatriz Leopoldinense, Viradouro, Unidos de Padre Miguel e Estação Primeira de Mangueira.
Alguns problemas como falha no som em três momentos do desfile não tiraram o brilho da festa, que também não teve estouro do tempo de nenhuma das escolas, que respeitaram os 80 minutos máximos permitidos.
Ao final, a Mangueira, que encerrou o desfile antes do amanhecer, às 4h11, arrastou o público na Sapucaí até a Praça da Apoteose, no já tradicional momento das últimas escolas a desfilarem. A novidade é que, desta vez, tudo terminou em uma grande roda de samba.
A Unidos de Padre Miguel trouxe o enredo, “Egbé Iyá Nassô”, uma homenagem a Francisca da Silva, importante figura na história do candomblé no Brasil. Com a homenagem, a escola, que comemorou seu retorno ao Grupo Especial, ressaltou a força das mulheres negras na construção do Brasil.
A Imperatriz Leopoldinense, segunda escola a desfilar, também trouxe como tema a religião afro-brasileira. O enredo “Ómi Tútú ao Olúfon – água fresca para o Senhor de Ifón”, conta a visita de Oxalá ao reino de Oyo, governado por Xangô.
Já a Unidos do Viradouro trouxe à Avenida a junção de culturas afro e indígena, com o enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos”, que, segundo a sinopse, retrata a luta por liberdade e resistência dos povos. A escola trouxe muitos efeitos holográficos, drones na comissão de frente que lançaram chapéus, além de labaredas de fogo reais e cenográficas.
A Estação Primeira de Mangueira foi mais uma escola a trazer o tema afro para a Sapucaí, com o enredo “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, que destacou a contribuição dos povos bantos, de Angola, à cultura e religião do Rio de Janeiro.