Diante do primeiro-ministro japonês, presidente da Comissão Europeia tem o desplante de falsear a História acerca do massacre atômico perpetrado pelos Estados Unidos em 1945
A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, repudiou, em seu canal no Telegram, a mentira “nojenta e perigosa” da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que, em uma entrega de comendas à qual estava presente também o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cuja família é de Hiroshima, culpou a Rússia pelas bombas nucleares disparadas pelos EUA sobre duas cidades japonesas pacíficas em 1945.
“Aqui estão suas palavras, literalmente: ‘Muitos de seus parentes [de Kishida] morreram quando a bomba atômica arrasou Hiroshima. Eles queriam ouvir essas histórias, olhar para o passado e aprender algo sobre o futuro. A Rússia está ameaçando usar armas nucleares novamente. É nojento, é perigoso e, à sombra de Hiroshima, é imperdoável'”.
Insinuação diante da qual Zakharova não se conteve e repetiu, contra von der Leyen, a mesma observação desta: “nojenta e perigosa”.
Como é inquestionável – sequer Washington contesta -, o bombardeio atômico do Japão contra as cidades indefesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 matou instantaneamente centenas de milhares de civis e fez outros tantos morrerem depois por exposição à radiação.
Aliás, para muitos historiadores, trata-se do último bombardeio da II Guerra Mundial e o que abriu a Guerra Fria, com uma chantagem nuclear contra a União Soviética: então, e durante vários anos, só os EUA detinham a bomba A.
Do ponto de vista militar, como registrou o Sputnik, o bombardeio de duas pacíficas cidades japonesas não era explicável, porque a vitória sobre o Japão foi assegurada principalmente pela derrota do Exército de Guangdong, com 1 milhão de homens, pelas tropas soviéticas.
Antes da insinuação, Von der Leyen havia se dedicado a elogiar o chefe do governo japonês por apoiar o regime de Kiev e por lutar contra a Rússia.
Zakharova também fez menção à covardia de Kishida. “Ele, por sua vez, lembrou que sua família veio de Hiroshima, e, durante o bombardeio nuclear de 1945, seus parentes morreram lá. Sobre os EUA e os algozes de Washington, que lançaram bombas sobre as florestas japonesas e a população civil, sequer uma palavra”, observou.
De passagem, Zakharova lembrou que von der Leyen é a principal figura “dos maiores escândalos de corrupção da história da União Europeia”. A premiação aos vassalos mais esforçados foi feita pelo Atlantic Council, um think tank dos Estados Unidos dedicado a exaltar o excepcionalismo norte-americano e sua “ordem global unipolar”, com vínculos com o Pentágono e as corporações bélicas norte-americanas. O “Fórum Transatlântico de GeoEconomia” do Atlantic Council ocorreu na sexta-feira (22) em Berlim.