O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), afirmou que os testes com proxalutamida no tratamento de Covid-19, que levou pacientes à morte no Amazonas, foram “experimentos criminosos derivados de delírios ideológicos”.
“Essa gente no poder fez o Brasil de cobaia para experimentos criminosos derivados de delírios ideológicos. E foram especialmente cruéis com a população do Amazonas, com quem me solidarizo”, publicou Dino nas redes sociais.
A proxalutamida no tratamento de Covid-19 foi comemorada e estimulada por Bolsonaro e seus filhos nas redes sociais.
“Tem uma coisa que eu acompanho há algum tempo, e nós temos que estudar aqui no Brasil. Chama-se proxalutamida. Já tem uns três meses que isso aí… Não tá no mercado, é uma droga ainda em estudo, sendo estudada”, disse Bolsoanro no dia 18 de julho
“Nova droga promissora no combate à COVID: proxalutamida”, postou Eduardo Bolsonaro em março.
Flávio Dino compartilhou a notícia de que a Unesco, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), considera que a denúncia da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) contra o experimento patrocinado pelo Grupo Samel é uma das mais graves da história da América Latina.
A Conep pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue os crimes cometidos no Amazonas.
A “pesquisa” omitiu a morte de pelo menos 44 voluntários para falsificar o resultado.
“É ética e legalmente repreensível, conforme consta do ofício da Conep, que os pesquisadores ocultem e alterem indevidamente informações sobre os centros de pesquisa, participantes, número de voluntários e critérios de inclusão, pacientes falecidos, entre outros”, declarou a Unesco.
“É urgente que, em caso de irregularidades comprovadas, todos os atores sejam responsabilizados, não só de forma ética mas também legalmente, incluindo as equipes de investigação, as instituições e patrocinadores responsáveis, nacionais e estrangeiros”.
“É urgente identificar as causas das mortes ocorridas durante os estudos. É inaceitável que esses tipos de eventos, se verificados, estejam acontecendo no ano de 2021”, acrescentou.