“Eu não sabia, estou em choque. Fui atropelado por um trem, mas passo bem”, assim reagiu Luiz Eduardo Ramos, ao saber, pela imprensa, que sairá da Casa Civil para dar lugar ao líder do Centrão, senador Ciro Nogueira (PP-PI), na quinta-feira (22).
Ramos, que é apontado como um dos mais próximos e amigo do presidente, declarou que Bolsonaro já havia lhe comunicado a substituição, mas não confirmou nada sobre sua ida para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar do ministro Onyx Lorenzoni, que por sua vez tomará um pedaço do Ministério da Economia e ficará responsável pelo Ministério do Trabalho.
“O presidente é ele, eu sou soldado, cumpro missão. Aprendi, em 47 anos de vida militar, que soldado não escolhe missão. Se ele me der outra no governo, eu aceito”, falou Ramos, que manifestou o desejo de permanecer com gabinete no Planalto. Luiz Eduardo Ramos é general da reserva.
Ele se mostrou preocupado que falem que está saindo da Casa Civil por incompetência ou por ter inimigos e sofrer pressões no Congresso. “Isso, não. Eu estava, aliás, ainda estou muito feliz na Casa Civil e dei o melhor de mim. Tanto que estou recebendo telefonemas de parlamentares de vários partidos, em solidariedade”, disse.
O ministro disse que está saindo “por motivos políticos, óbvio”. “Se eu estivesse sendo trocado por alguém formado em Oxford, ou Harvard, tudo bem, poderiam dizer que falhei. Mas é por um político aliado do presidente, é assim que funciona”.
Bolsonaro vai se entregando para o Centrão quanto mais é acuado pelas investigações da CPI da Pandemia e pela queda da sua popularidade.