Após ter seu contrato com o Santos suspenso, devido à condenação a nove anos de prisão por estupro coletivo contra uma jovem na Itália, o jogador Robinho fez ataques à Rede Globo, que divulgou a sentença judicial do caso, e disse se sentir “como Bolsonaro”.
Em áudio divulgado nas redes sociais na sexta-feira (16), após as transcrições das conversas do atacante sobre o estupro serem divulgadas, Robinho se diz perseguido pela Globo como Bolsonaro e classifica a emissora como “do demônio”.
“Vocês viram o que eles [Globo] fizeram com o Bolsonaro antes da eleição? Os ataques que eles fizeram? Falaram que ele era isso e aquilo, que era racista, que era fascista, que era assassino… Quanto mais eles batiam no Bolsonaro, mais ele crescia. Estou em paz, de coração, não estou preocupado com eles. O bem sempre vence e a verdade vai aparecer. São pessoas usadas pelo demônio, a gente como é a TV Globo, é uma emissora do demônio. É só você ver as novelas, as programações… Então estou em paz. Que se cumpra o propósito de Deus na minha vida. Vou meter gol neles. Vou meter a camisa quando eu meter gol: ‘Globo lixo. Bolsonaro tem razão’””, disse.
A advogada de Robinho, Marisa Alija, confirmou a veracidade do áudio.
Ao responsabilizar a imprensa pela exposição do crime do qual foi condenado, Robinho mostra o seu real caráter. O criminoso, não se refere à vítima, ou demonstra qualquer empatia pelas mulheres. Assim como agem os bolsonaristas, Robinho dissemina o ódio – em nome de Deus – e esbraveja contra os que expuseram o seu crime.
De fato, existem muitas semelhanças entre o acusado de estupro e Bolsonaro.
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Jornalistas são alvo de ataque após divulgação de transcrições
Após a divulgação das transcrições da sentença, quatro jornalistas tiveram seus números pessoais vazados e foram ameaçados por defensores de Robinho. Rodrigo Capelo e Carlos Cereto, do SporTV, e Marília Ruiz, comentarista da Band, estão entre os jornalistas atingidos. Porém, as ameaças mais sérias aconteceram com Ana Thaís Matos.
O número pessoal da jornalista foi colocado em grupos do Whatsapp que apoiavam a contratação do jogador. A comentarista recebeu ligações e mensagens com ameaças e teve que desativar sua conta.
Em seu Twitter, Capelo relatou que bloqueou mais de 600 números que tentaram fazer ofensas pessoas pelo fato do jornalista ter entrado em contato com os patrocinadores do clube para que eles se manifestassem pela contratação.
“Desde a noite de ontem, bloqueei 600 números de celular e apaguei cerca de 3.000 mensagens com xingamentos e ameaças. Também aconteceu com @mariliaruiz, @anathaismatos e @carloscereto por causa do caso Robinho. Às milícias digitais, meu lamento. Continuaremos a fazer jornalismo”, escreveu Capelo.