Os Estados Unidos e seus satélites além de patrocinarem o golpe contra um governo legítimo em 2014, garantiram impunidade a um regime que se tornou “um Estado nazista totalitário”, afirmou o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov ao falar em nome da Rússia na Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira, dia 23
“A atual crise na Ucrânia foi provocada pelo Ocidente, que além de apoiar o golpe, seguiu encobrindo sistematicamente os crimes do governo de Kiev desde 2014”, disse o chanceler russo, Sergei Lavrov, referindo-se apoio à tomada do poder à força por neonazistas apoiados pelos Estados Unidos, contando com total “impunidade”. Tanto é assim, esclareceu, que “ninguém jamais foi responsabilizado pelos assassinatos na praça Maidan, pela queima de manifestantes pacíficos em Odessa ou pelos assassinatos de dissidentes”.
O chanceler russo apresentou à Assembleia Geral da ONU, uma longa lista de violações por parte de Kiev que foram olimpicamente ignoradas por governos e grupos europeus e supostas “organizações” de direitos humanos, disparates que vão desde “queimar livros, como na Alemanha nazista” até o uso de minas terrestres proibidas contra civis.
DONETSK E LUHANSK BUSCAM SE LIBERTAR
Lavrov também esclareceu que as forças armadas ucranianas estão utilizando civis como escudos humanos e que a Rússia e as repúblicas populares de Donetsk e LuHansk se libertar lutando neste momento contra a “máquina militar ocidental” incrustrada na Ucrânia, referindo-se ao Referendo em curso no Donbass.
Conforme o diplomata, há mais de oito anos o exército ucraniano e as formações militantes ultranacionalistas “matam impunemente os habitantes do Donbass, apenas porque se recusaram a reconhecer os resultados do golpe criminoso, sangrento e anticonstitucional em Kiev, porque decidiram defender direitos garantidos a eles pela Constituição ucraniana, incluindo o direito de usar livremente sua língua russa nativa”.
O ministro acusou Kiev de passar anos travando uma “ofensiva frontal total” contra a língua russa por meio de uma série de leis adotadas em 2017, 2020 e 2021, todas as quais voltadas a “extinguir a língua russa, de fato, visando sua proibição total no país”.
Em relação à “justiça” real seja distribuída pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ou por outros órgãos jurídicos internacionais, Lavrov reiterou que o governo russo perdeu completamente a confiança no órgão. O fato, esclareceu, é que “há oito anos esperamos em vão pelo início da luta contra a impunidade na Ucrânia… O tempo de espera chegou ao fim”. Mais de três mil apelações sobre suspeitos de crimes contra os moradores do Donbass foram enviadas ao TPI, asseverou Lavrov, sendo que todos ficaram sem resposta.
O Tribunal Penal Internacional não agiu após o golpe sangrento de Kiev em fevereiro de 2014, nem em maio de 2014, quando dezenas de moradores de Odessa foram queimados vivos no prédio dos sindicatos da cidade por neonazistas, nem quando houve o bombardeio de Kiev à cidade de Luhansk em 2 de junho de 2014, nem depois de outros massacres semelhantes.
