Porta-voz do Ministério do Exterior da Rússia, Maria Zakharova, afirma que fala do secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expõe razões para a agressão: faturar com venda – a preços elevados – do gás norte-americano à Europa
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, abriu o jogo sobre os motivos que devem ter levado o país, à frente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a atacar recentemente o gasoduto russo Nord Stream.
Conforme Zakharova, “Blinken falou aberta e descaradamente sobre os Estados Unidos e seus parceiros da Otan a terem motivos para destruir os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2”. O alto funcionário norte-americano, denunciou a porta-voz, fez questão de frisar o aumento da produção de gás natural nos EUA, que está se tornando o principal fornecedor da Europa.
Blinken declarou em uma conferência que o “acidente” no Nord Stream deve ser considerado uma “tremenda oportunidade” para a União Europeia (UE) se livrar de uma vez por todas da dependência dos recursos energéticos russos. “As mentiras de Washington apenas confirmam a manipulação criminosa desta questão”, rebateu a diplomata russa.
Desde 26 de setembro, vários incidentes foram relatados em dois gasodutos russos destinados à exportação para a Europa. Dois vazamentos de gás foram detectados no Nord Stream 1 e um no Nord Stream 2. Em 29 de setembro, foi revelado que também havia um quarto vazamento neste último.
O fato, sublinhou Zakharova, é que “a sabotagem do Nord Stream aconteceu em uma área controlada pela inteligência dos Estados Unidos”.
“TERRORISMO”
“É óbvio para todos quem se beneficia com isso. Aqueles que se beneficiam, são os que fizeram isso”, condenou o presidente russo Vladimir Putin, alertando que as explosões “começaram a destruir a infraestrutura de energia pan-europeia”, levando à “desindustrialização da Europa”. Putin qualificou as explosões no sistema Nord Stream 1 e 2 como “ato de terrorismo internacional”.
PARLAMENTAR BÚLGARO ALERTA PARA “ACIDENTE” NUCLEAR
O membro da Assembleia Nacional da Bulgária, Kostadin Kostadinov, avaliou que, assim como Washington pode ter organizado os incidentes nos Nord Stream, também pode até chegar a explodir a usina nuclear de Zaporozhia. “Deus me livre que algo aconteça com a usina nuclear, este território seria despovoado, como aconteceu com Chernobyl, seria abandonado pelas pessoas por décadas. Então ninguém do lado russo ou ucraniano organizaria tal loucura”, declarou, referindo-se a ataques com mísseis contra a região onde a usina está localizada.
Infelizmente, ressaltou Kostadinov, o governo estadunidense não se importa com o que pode acontecer na usina nuclear de Zaporozhia. “Se a explosão do Nord Stream não causar algum grande desastre ecológico, Deus não permita que algo semelhante aconteça com a usina nuclear de Zaporozhia, Deus ajude a Europa. Os americanos não se importam, eles estão em outro continente, a vários milhares de quilômetros, do outro lado do oceano”, assinalou.
A maior usina nuclear da Europa, Zaporozhia, está localizada no sudeste da Ucrânia e permanece sob controle militar russo. De acordo com Moscou, sua presença militar na usina visa evitar vazamentos de materiais nucleares e radioativos devido a ataques.
