Os Estados Unidos alcançaram nesta terça-feira (10) a estarrecedora cifra de 240.241 mortos por Covid-19, com mais de 10 milhões de infectados e recorde no número de hospitalizados, 62 mil, o dobro do número de abril. Ontem foi o oitavo dia seguido com mais de 100 mil diagnosticados com o novo coronavírus: 136.325, com 1.420 mortes e 1.661 novas hospitalizações.
Denunciada pelos mais amplos setores sociais, a irresponsabilidade do governo de Trump no combate à pandemia fez com que 44 dos 50 Estados registrassem pelo menos 10% a mais de casos da pandemia do que na semana anterior, sendo que 17 deles alcançassem alta recorde nas internações.
Responsável por 10% das ocorrências do país, o Texas tornou-se o primeiro a ultrapassar o número de um milhão de casos de Covid-19, seguido de perto pela Califórnia, 989.432 casos. Conforme o instituto Johns Hopkins, se o Texas, com cerca de 29 milhões de habitantes, fosse um país, estaria em 10º lugar na lista com mais casos da enfermidade. Além da nação norte-americana, Índia, Brasil, França, Rússia, Espanha, Argentina, Reino Unido e Colômbia já ultrapassaram o milhão de ocorrências.
Em El Paso, cidade fronteira com o México, quatro caminhões frigoríficos lotados foram mobilizados para auxiliar as autoridades sanitárias a enfrentar o acúmulo de corpos pela pandemia, que soma mais de 20 por dia. Nas duas últimas semanas foram registrados dois mil novos casos.
Dos 6.100 pacientes hospitalizados no Texas, um em cada seis está em El Paso. Para o médico Mario Rascon, legista-chefe da localidade, “é exaustivo”, pois os corpos se acumulam e não há perspectiva da onda terminar. “Damos alta a um paciente e dois chegam”, complementa Wanda Helgesen, diretora executiva do conselho local de preparação para emergências e desastres.
“As coisas não estão bem”, declarou o prefeito Dee Margo, destacando que a população está tentando se equilibrar “na corda bamba” pois a localidade não encontra apoio em uma política nacional de enfrentamento à calamidade. Diferente disso, o governador republicano do Texas, Greg Abbott, se alinha com Trump numa visão focada no “controle local” e de “responsabilidade pessoal”, que deixa as administrações municipais sem as mínimas condições de lidar com a pandemia.
Para tentar fazer frente ao horror foram mobilizados para a cidade mais de 1.400 trabalhadores da saúde de todo o estado, e cerca de 60 mais chegaram no fim de semana em três equipes. Mas os novos pacientes esgotaram até mesmo esses recursos adicionais e metade de todos os leitos passaram a ser ocupados por pessoas com Covid-19.
