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Juiz ainda ordenou que Damares Alves apague a postagem de falsificações que fez em rede social sobre vídeo editado com falas da professora
A Justiça do Distrito Federal determinou que a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) indenize a professora e sindicalista filiada ao PT, Elenira Vilela, por danos morais.
O juiz Flávio Leite ainda ordenou que a ex-ministra apague a postagem que fez em rede social sobre vídeo editado, com falas da professora, que envolveu a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Elenira acionou Damares no TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) após a parlamentar divulgar vídeo editado com falas da professora em que sugeria que ela teria ameaçado Michelle Bolsonaro.
Elenira, porém, mostrou à Justiça que a senadora usou gravação, com recortes, que tiraram as afirmações dela de contexto. Ela pediu o pagamento de R$ 50 mil por danos morais, mas o juiz determinou a quantia de R$ 7 mil e a exclusão do vídeo.
“CONTEÚDO NÃO CONDIZ COM A REALIDADE”
“Ao comparar as falas da parte autora [Elenira], acima transcritas, e o que foi publicado na rede social X, verifica-se que a parte ré [Damares] veiculou conteúdo calunioso contra a parte autora, eis que em nenhum momento a parte autora ameaça Michelle Bolsonaro de morte”, escreveu o juiz Flávio Leite, na sentença.
E acrescentou: “É incontroverso que tal conteúdo não condiz com a realidade.”
Na peça apresentada à Justiça, a professora destacou que a edição da fala dela compartilhada por Damares destacou o trecho: “destruir ela politicamente e, quiçá, de outras formas”, em referência a Michelle.
Elenira aponta que a expressão “outras formas” recebeu da senadora a conotação de ameaça à ex-primeira-dama. A professora afirma que o vídeo compartilhado pela senadora a transformou em alvo de linchamento virtual, com base em fake news.
PROVA DA FAKE NEWS
Ao compartilhar a gravação de Elenira, Damares fez o seguinte comentário: “Pera aí. Querem destruir a minha amiga Michelle Bolsonaro politicamente e ‘quiçá de outras formas’. Que formas seriam essas? Isso é uma ameaça de morte? Mas não era esse o povo do amor? Amor nada, é puro ódio”.
Na peça, a defesa de Elenira apontou os 2 momentos em que a professora citou Michelle em programa do portal Opera Mundi, em 22 de dezembro de 2023, quando ocupava o cargo de vereadora de Florianópolis pelo PT.
ELOGIOS E PREOCUPAÇÕES
No primeiro instante, diz que Michelle é “inteligentíssima, articuladíssima, que possui uma capacidade de comunicação muito melhor que a de Bolsonaro e que se elegeria como senadora por qualquer Estado”.
No segundo momento, afirma: “Se a gente não arrumar um jeito de destruir ela politicamente e quiçá, de outras formas, jurídica, por exemplo, comprovando os crimes e tornando ela também inelegível, nós vamos arrumar um problema para a cabeça”.