O Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) realizaram uma operação na manhã desta segunda-feira (9) no Quartel-General do Exército, em Brasília, para desmontar o acampamento dos terroristas que estava montado no local.
A operação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
Pela ordem de Moares, a operação deveria ser realizada pelas Polícias Militares dos Estados e DF, com apoio da Força Nacional e Polícia Federal, se necessário. A decisão deveria ser efetivada e auxiliada tanto pelo governador do DF quanto pelo comandante militar do QG.
Desde ontem (domingo, 8) o Exército montou uma barricada usando blindados num ponto de acesso ao QG e ônibus em outro para impedir que os bolsonaristas voltassem a se aglomerar no local. “Agora, ninguém mais entra. Só sai”, disse um militar ao Estadão.
O ministro Alexandre de Moraes tomou a decisão na noite do domingo para esta segunda-feira após os ataques terroristas às sedes dos três poderes. Os criminosos estavam reunidos no acampamento antes dos atos.
Nesta segunda-feira, pouco depois das 9h, os bolsonaristas restantes começaram a ser retirados do local, em cerca de 40 ônibus.
O grupo de detidos foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde eles devem passar por uma triagem.
A entrada de carros no QG do Exército foi proibida nesta manhã e uma barreira de policiais acompanhava a movimentação.
Alguns grupos começaram a deixar o local espontaneamente. As forças de segurança também retiraram barracas que foram montadas pelos radicais.
Algumas pessoas que estavam no local hoje foram vistas deixando a área do acampamento com sacolas e malas. “Vamos se virar, não tem jeito, temos de acampar em outro lugar”, disse uma mulher.
Os bolsonaristas inconformados estavam na frente do QG desde o resultado do segundo turno das eleições, que deu vitória Lula, e não aceitavam a derrota, pedindo um golpe militar contra o povo brasileiro, sem sucesso.
O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que armou uma bomba para explodir no Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal, disse em depoimento que o plano foi montado no acampamento bolsonarista e teve a participação de outros acampados.
OUTROS ESTADOS
Além do DF, após a decisão de Moraes, outros acampamentos terroristas montados em frente a unidades do Exército começaram a ser desmobilizados pelos Estados.
O acampamento de bolsonaristas instalado em frente à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e ao Círculo Militar, na Zona Sul da capital paulista, foi desmontado no início da tarde desta segunda.
No Rio de Janeiro, o acampamento instalado desde novembro começou a ser desmontado na manhã desta segunda-feira. Por volta das 10h, faixas com dizeres golpistas foram recolhidas das grades que cercavam barracas e tendas na Praça Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Leste (CML), na Avenida Presidente Vargas.
Desmontes de acampamentos estão acontecendo também no Ceará, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas e Paraíba.
Em Belo Horizonte (MG), por iniciativa do prefeito Fuad Noman (PSD), o acampamento na Avenida Raja Gabáglia começou a ser desmontado na sexta-feira (6). Um juiz permitiu que os golpistas voltassem a se acampar, mas o prefeito recorreu ao STF e o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prefeitura de BH a desobstruir imediatamente o local.
