O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, divulgou uma mensagem de final de ano alertando que o “futuro não está dado, precisa ser construído”.
“Essa construção deve se alimentar de fé e de esperança, que se vertem em solidariedade, liberdade e em atos concretos de amor”, completou.
Fachin será o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral a partir de 22 de fevereiro até o mês de agosto deste ano, antes das eleições presidenciais. O vice será o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte na sequência.
“Há risco de totalizar-se uma catástrofe no ‘continuum’ da história se a centelha da esperança não vencer ódios, fanatismos, irracionalidades, prontos a repetir holocaustos de ontem se não houver consciência crítica, problematizadora, capaz de decifrar esse interrogante presente e transformá-lo em emancipação humana”, continua o ministro.
Fachin não cita Bolsonaro na mensagem, mas suas palavras têm endereço certo. Além de fazer um governo que arruína a economia, traz desemprego e fome, o atual inquilino do Planalto ataca as instituições, eleições e expõe posições retrógradas, golpistas e antidemocráticas. Ele é contra as vacinas e atualmente não quer vacinar crianças de 5 a 11 anos, como recomendam especialistas e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Com sua popularidade em baixa e antevendo dificuldades para se reeleger, Bolsonaro tem atacado o TSE e as urnas eletrônicas, com fake news já desmentidas pelo tribunal, tentando desacreditar as eleições. Tal como Donald Trump inventou fraude nas eleições dos EUA, inconformado com sua derrota para Joe Biden.
Em uma live na quinta-feira (30), Bolsonaro voltou a dizer que houve fraude na eleição de 2018, tese que já ficou desmoralizada.
Segundo ele, as pessoas iam apertar o número dele, 17, e “aparecia a cara do Lula na urna ou dava o encerramento das eleições sem (o eleitor) saber em quem votou”. Um disparate, uma vez que Lula não disputou a eleição de 2018.
“Queira essa porta que se abre ao porvir traduzir dignidade para livrar a humanidade da catástrofe, para ofertar ao Brasil luzes e não mais sombras, e reacender a força espiritual da esperança”, conclui Fachin no seu texto.
Íntegra da mensagem de Edson Fachin:
Ao final deste período do ano que se encerra, abre-se breve espaço para agradecimentos, reflexões e desafios. Principiemos por estes. O futuro não está dado, precisa ser construído; essa construção deve se alimentar de fé e de esperança, que se vertem em solidariedade, liberdade e em atos concretos de amor.
Há risco de totalizar-se uma catástrofe no ‘continuum’ da história se a centelha da esperança não vencer ódios, fanatismos, irracionalidades, prontos a repetir holocaustos de ontem se não houver consciência crítica, problematizadora, capaz de decifrar esse interrogante presente e transformá-lo em emancipação humana.
Gratidão a todas e a todos que acendem na alma a faísca autêntica da vida, com seu labor cotidiano importante. Sigamos alimentados pela confiança que impõe ousio para a redenção contra o conformismo e as injustiças que marcam esse tempo de agora.
O amanhã não é uma das ‘commodities’ que teimam em reificar a vida; deve ser uma comunhão que resiste à barbárie, às ideologias cegas, e à tristeza dos caminhos tolhidos. Queira essa porta que se abre ao porvir traduzir dignidade para livrar a humanidade da catástrofe, para ofertar ao Brasil luzes e não mais sombras, e reacender a força espiritual da esperança.
Edson Fachin