A crise financeira foi tema da Imperatriz Leopoldinense no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Baseada na clássica marchinha “Me Dá Um Dinheiro Aí”, de Moacyr Franco, a escola passou pela exploração dos escravos, com o gigante carro destaque, Navio Negreiro, passando por Chico Anysio, com os “salários baixos”, e até a falta de dinheiro que afeta as escolas de samba.
A Imperatriz foi a penúltima escola a desfilar na manhã desta segunda-feira. O desfile, que teve ainda Império Serrano, Viradouro, Grande Rio, Salgueiro e Beija-Flor, foi prejudicado com a forte chuva que caiu no Rio na noite de domingo, atrasando a entrada das escolas em meia hora.
A atual campeã, Beija-Flor, comemorou seus 70 anos com um desfile em homenagem à escola, lembrando seus melhores momentos. Cada ala lembrou um carnaval específico.
Na segunda noite de desfile, mais sete escolas brilharão na Sapucaí. Nos enredos, a mercantilização do carnaval (São Clemente); homenagem à cidade de Petrópolis (Vila Isabel); celebração da cantora Clara Nunes (Portela); as belezas do Ceará (União da Ilha do Governador); críticas políticas (Paraíso do Tuiuti); lembrança dos heróis esquecidos da história (Mangueira) e a importância do tempo (Mocidade Independente de Padre Miguel).
SÃO PAULO
Em São Paulo, o tom crítico à corrupção na política e o “povo engolindo sapo” marcaram o desfile da Acadêmicos da Tucuruvi. Com 3.000 componentes, 22 alas e cinco carros alegóricos, a Tucuruvi apostou no samba-enredo “Liberdade – O Canto Retumbante de um Povo Heroico.
A Águia de Ouro, que abriu o segundo dia de desfiles, no sábado (2), também levou o protesto contra a ganância e a corrupção ao Anhembi. Durante o desfile, vampiros, urubus e ratazanas foram os símbolos da corrupção. O último carro alegórico apresentou o tema “exploração social”, mostrando a desigualdade, a fome e a miséria no Brasil.
A Vai-Vai, com o enredo “Vai-Vai, o quilombo do futuro”, retratou as lutas do povo negro com destaque especial à homenagem à Marielle Franco. Durante o desfile, componentes da escola montaram um mosaico com a foto de Marielle e também palavras que juntas formavam “Marielle presente”, para homenagear a vereadora do Rio de Janeiro, executada em março do ano passado.