O Proarmas, maior grupo armamentista do Brasil, marcou para o próximo dia 9 de julho uma grande manifestação na Capital Federal.
Segundo a página do grupo na internet, a concentração das caravanas que devem partir de várias partes do país será em frente à Catedral de Brasília, às 10 horas. Os integrantes do grupo armamentista caminharão pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional, onde a entidade tem feito lobby intensamente para que os interesses dos CACs (caçadores, colecionadores e atiradores) sejam transformados em leis.
A entidade se autointitula um movimento pela busca do “direito fundamental” da legítima defesa e tem oferecido apoio a candidatos que querem disputar uma vaga no legislativo nas eleições deste ano em troca de cargos dentro dos gabinetes.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o grupo já conseguiu se infiltrar de tal forma, que tem atuado principalmente no Senado escrevendo propostas e até mesmo despachando do gabinete de parlamentares bolsonaristas.
O senador Jorginho Mello (PL), pré-candidato ao governo de Santa Catarina, estaria entre os principais. Em um vídeo gravado durante a convenção nacional do Proarmas, o parlamentar declarou que o presidente do Proarmas, Marcos Pollon, despacha do seu gabinete.
“Ele [Pollon] é senador, quando eu não estou no gabinete ele assume. Ele vai lá, ele faz emenda. Ele, de forma muito carinhosa; ele que é um dedicado, apaixonado pelo que faz… Então não precisa dizer muito que somos parceiros, ele que manda em mim. E a pauta dele é a minha pauta”, disse o senador.
O evento ocorreu no final de março, em Brasília, reunindo mais de 50 pré-candidatos apoiados pelo movimento armamentista para as eleições de outubro. Em comum, todos são favoráveis à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) – entusiasta do armamento da população.
Além de Jorginho Mello, entre os pré-candidatos endossados pelo Proarmas estão nomes conhecidos no bolsonarismo, como a deputada Bia Kicis (PL-DF) e o ex-senador Magno Malta (PL-ES). Também figuram na lista quadros que integraram o governo Bolsonaro, como Mario Frias (PL, ex-secretário de Cultura) e Rogério Marinho (PL, ex-ministro do Desenvolvimento Regional). A maioria dos candidatos do grupo é do PL, partido de Bolsonaro. Mas há também nomes do Republicanos, PMN, PTB e PP.
O Proarmas cresceu no governo Bolsonaro e tem representantes em todos os Estados brasileiros, possuindo cerca de 1.500 voluntários. No total, o movimento tem mais de 50 mil associados, entre membros gratuitos e contribuintes.
Bolsonaro estimulou o cidadão comum a se armar e aumentou a possibilidade de acesso a armamentos com calibres maiores. O governo publicou até o momento 15 decretos presidenciais, 19 portarias, dois projetos de lei e duas resoluções que flexibilizam regras sobre armas.
O número de armas pessoais registradas no Exército e na Polícia Federal cresceu 77,5% em 2021, comparado com 2018. Atualmente, há 2,3 milhões de armas nas mãos de CACs, servidores civis, pessoas comuns e no acervo particular de militares.
As forças armadas garantem a destruição da Democracia. Permitem fascistas se armarem, prontas para aprofundar o golpe. O papel do Exército para a Nação deve ser repensado. Não cuidam da Amazônia e tutelam governo fascista. Estão aí para garantir seus interesses, os interesses da elite econômica e do capital americano. É muito dispendioso para o Brasil.