São quase 200 metros cúbicos em que ex-presidente guarda presentes e objetos recebidos durante o governo. Inclusive as joias apossadas ilegalmente
Galpão emprestado pelo ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), guarda os presentes que recebeu quando foi presidente contendo 166 caixas com os mais variados tipos de objetos e outras 9 com honrarias, informa coluna de Bela Megale, de O Globo.
Piquet agora retribui ao ex-chefe do Executivo os benefícios que ganhou no governo ainda não se sabe porque razão.
Os mais de 9 mil itens que fazem parte do acervo pessoal de Bolsonaro, ou seja, que compõem os presentes que o capitão recebeu e levou consigo quando deixou o poder, ocupam 195 metros cúbicos da propriedade do ex-piloto, localizada em área nobre de Brasília, revela a colunista.
Foi nesse mesmo galpão da fazenda de Piquet que estavam os dois conjuntos de joias que Bolsonaro recebeu do regime saudita e que foram devolvidos à Caixa Econômica Federal.
O ex-presidente não entregou porque quis. O fez por determinação dada pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
No local há presentes dados por pessoas físicas, jurídicas e autoridades dos mais variados países, entre esses Uruguai, Polônia, Paraguai, Coréia do Sul, Equador, Suíça, Colômbia, Taiwan, Israel, Alemanha, Itália, Argentina, China, entre outros.
PRESENTINHO DO BOLSONARISTA PIQUET
A empresa do ex-piloto faturou mais de R$ 6 milhões em contrato assinado, sem licitação, em 2019, com Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), órgão ligado ao Ministério da Agricultura.
O valor originalmente contratado à Autotrac, empresa de Piquet, foi de R$ 3,5 milhões, porém, em dezembro de 2020, o governo federal concordou com aditivo de mais R$ 3 milhões.
O presentinho do bolsonarista é, portanto, cerca de pouco menos de 10% do que faturou. A informação foi publicada por Guilherme Amado, do site Metrópoles, em agosto de 2022.
Segundo informa o site da empresa, “com mais de 25 anos de experiência no segmento de tecnologias aplicadas ao monitoramento e rastreamento de frotas, a Autotrac é a líder nacional em seu mercado de atuação”.
FAVORES TROCADOS E DETALHES
Além da repercussão policial, o escândalo das joias sauditas escancarou mais uma vez a íntima relação entre o ex-presidente e o ex-piloto de Fórmula 1.
Os episódios se acumulam desde a época em que Bolsonaro esteve na Presidência da República — e continuam até hoje. Mostra reportagem de O Globo.
Veja como Piquet tem se mostrado leal a Bolsonaro com favores desde casos polêmicos a momentos de intimidade:
Galpão cedido: galpão emprestado pelo ex-esportista a Bolsonaro para guardar os presentes que recebeu enquanto esteve na Presidência da República contém 166 caixas com os mais variados tipos de objetos e outras 9 com honrarias. Os mais de 9 mil itens do acervo pessoal de Bolsonaro ocupam 195 metros cúbicos da propriedade de Piquet em área nobre de Brasília.
Carro blindado: Piquet emprestou recentemente Porsche blindado a Bolsonaro após recusa de o governo Lula ceder veículo de segurança reforçada ao ex-presidente, segundo o colunista Lauro Jardim. É com o modelo de luxo que Bolsonaro tem circulado por Brasília desde que retornou dos EUA.
A propósito, o governo não tem obrigação de ceder carro blindado a ex-presidente. Essa exigência do ex-chefe do Executivo é para criar algum fato para chamar a atenção da imprensa. Mais: quando era presidente vivia em eventos, como motociata, sem capacete, ou em desfile de carro, onde trafegava em pé na porta do veículo.
Chofer: Piquet foi o responsável por dirigir o Rolls Royce que conduziu Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro à cerimônia de hasteamento da bandeira brasileira, no feriado da Independência de 2021.
Meio milhão de reais: A campanha à reeleição de Bolsonaro em 2022 recebeu doação de R$ 501 mil do ex-piloto Nelson Piquet. Era a maior doação recebida até então pelo candidato, excluindo os repasses do partido dele — o PL.
Férias em Angra: de folga em Angra (RJ) na última semana, Bolsonaro foi visto em companhia do Nelson Piquet. O ex-presidente viajou até o litoral no jatinho do amigo, segundo o portal Metrópoles. Até o meio da semana, ele ainda não tinha aparecido para trabalhar no gabinete ao lado da sede do PL, em Brasília. Todos sabem que o ex-presidente não é afeito ao trabalho.
M. V.
