No acumulado de janeiro e fevereiro a queda é de 4,5%, o pior primeiro bimestre da produção física da Agroindústria desde 2012
O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro), da Fundação Getúlio Vargas, apresentou uma queda na produção no grupo de produtos alimentícios e bebidas de 4,6% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2020. É o terceiro mês seguido que o índice indica queda neste grupo, em dezembro recuou -0,5% e em janeiro 4,5%.
No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano a retração é de 4,5%. E foi determinada pela redução da produção nas áreas de alimentos de origem vegetal (10,2%), alimentos de origem animal (3,6%) e bebidas não alcoólicas (7,8%). Apenas o ramo de bebidas alcoólicas teve leve aumento de 1,6%.
A FGV Agro considerou que este segmento foi particularmente “prejudicado pela paralisação do Auxílio Emergencial e pela inflação elevada, registrando o pior primeiro bimestre de desde 2012”.
“A contração registrada pelo segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas está associada ao fim do Auxílio Financeiro Emergencial, o qual vinha sustentando o consumo e que foi um dos pilares para que os Produtos Alimentícios e Bebidas consequissem registrar crescimento em 2020 (3,3% a.a.). Além disso, é importante ressaltar que esse segmento foi prejudicado também pela inflação persistente dos últimos meses, uma vez que, em média, os preços de alimentos e bebidas, no primeiro bimestre de 2021, estavam 15% maiores do que os verificados no mesmo período de 2020”.
O cálculo do PIMAgro inclui também o grupo de produtos não-alimentícios. Combinados os dois segmentos (alimentícios e não-alimentícios) o índice ainda mantém variações positivas. Em fevereiro, a produção física da Agroindústria se expandiu 0,8%, na comparação com o mesmo mês de 2020. Foi a menor variação positiva do índice que vem decrescendo desde agosto do ano passado. No acumulado dos dois meses o PIMAgro acumulou uma variação positiva de 0,9%.
O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) tem como objetivo ser uma medida da evolução de curto prazo do valor adicionado (o valor criado por um agente econômico) da agroindústria e foi construído com base na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O Centro de Estudos Agropecuários da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é o responsável pelo índice.
