“Governo federal é o responsável pela inflação e a crise econômica, porque é quem gerencia a política econômica e não os governadores”, disse o governador do Maranhão
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), afirmou que “Bolsonaro ignora todas as regras de boa convivência” porque optou pelo “extremismo”.
“A pergunta é: quem paga a conta do radicalismo e do extremismo? A dona Maria, o povo brasileiro, no preço da comida, no preço da água. Tudo isso que aí está é fruto desse extremismo”.
“Não é piada o que é feito no cercadinho, aquilo ali é muito grave. E transformar a ONU em uma espécie de extensão do cercadinho impõe um preço muito agudo ao Brasil, em termos de baixa credibilidade da nossa posição e afastamento de investidores”, disse em entrevista ao UOL.
Dino assinalou que “o isolamento” de Bolsonaro “na política internacional conduz a tragédias”.
“Quando o presidente faz uma opção contra a imprensa, contra a democracia, contra a ciência, contra os governadores, contra os prefeitos, contra o meio ambiente e contra os indígenas, quem fica a favor? Apenas uma meia dúzia de seguidores fanatizados”, destacou.
“Os desatinos do Bolsonaro custam muito caro ao povo brasileiro”, declarou Flávio Dino.
Em discurso na ONU, Jair Bolsonaro criticou os governadores e prefeitos que determinaram medidas de distanciamento social e tentou passar para o colo deles a culpa sobre a inflação e a crise econômica no Brasil.
“Isso não corresponde, inclusive, com as atribuições constitucionais do Poder Executivo federal, que, como nós sabemos, é quem gerencia a política econômica”, respondeu Dino. O governador lembrou que é o governo federal que tem todas as ferramentas para cuidar e atuar na política econômica, como o controle sobre a “moeda, créditos, juros e câmbio”, sentenciou.
“Há uma regra diplomática segundo a qual um chefe de Estado, quando comparece em um fórum internacional, não o utiliza para assuntos de política interna. O Bolsonaro ignora todas as regras de boa convivência e de lealdade federativa e rasgou mais esse pressuposto diplomático ao utilizar um fórum internacional para tentar atacar os governadores e prefeitos de modo vil, como se fossemos nós os responsáveis pela inflação”, comentou o governador do Maranhão.
Para Flávio Dino, Bolsonaro volta dos Estados Unidos “deixando uma imagem pior e um ministro da Saúde, que ficou de quarentena”.
Depois de ter encontrado lideranças mundiais e percorrer a sede da ONU, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, descobriu que está com Covid-19. Ele ficará pelo menos duas semanas de quarentena nos Estados Unidos.
Na sexta-feira (24), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também descobriu que está infectado. O filho de Bolsonaro também compõe a comitiva que está nos EUA.
Jair Bolsonaro, depois de saber que seu ministro estava contaminado, encontrou e cumprimentou, sem usar máscara, apoiadores em Nova Iorque.