A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que 49 pessoas foram detidas nas arruaças bolsonaristas que bloquearam estradas pedindo um golpe de Estado e anulação das eleições após terem sido derrotados.
Depois de serem levadas para a delegacia, os golpistas tiveram apenas que assinar um termo circunstanciado e já foram liberados.
Eles terão que responder por desobediência e atentados contra a democracia.
As prisões aconteceram entre o dia 31 de outubro, segunda-feira seguinte ao segundo turno das eleições, e o dia 8 de novembro, quando a PRF disse que não havia mais bloqueios nas estradas.
As prisões aconteceram, principalmente, no Estado de Santa Catarina, com 13 casos. Jair Bolsonaro obteve 69% dos votos no Estado. Mato Grosso do Sul e Espírito Santo registraram, cada um, 5 prisões.
As ações da PRF e as prisões de golpistas passaram a acontecer somente depois da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou que fossem tomadas “todas as medidas necessárias e suficientes” para liberar as estradas.
Os casos de prisão se deram depois que algumas pessoas se recusaram a sair do meio das rodovias, mesmo depois que a PRF usou spray de pimenta e bombas de efeito moral.
Após a atuação do STF, os bloqueios de estradas se esvaziaram e acabaram. Os bolsonaristas terminaram os bloqueios e foram se concentrar na frente dos quartéis do Exército.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) avaliou na época que as perdas diárias com os bloqueios nas estradas chegaram a quase R$ 2 bilhões.
A PRF diz, ainda, que foram aplicadas 7.325 multas a motoristas que bloqueiam rodovias federais em todo o país. Segundo a PRF, as infrações de trânsito somam R$ 18,6 milhões, após nove dias de atos.
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, enfraqueceu a atuação da corporação para liberar estradas e defender a democracia.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigá-lo por prevaricação, enquanto o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu seu afastamento do cargo. Silvinei usou suas redes sociais para pedir voto para Jair Bolsonaro, o que, para o MP-RJ, é “desvio de finalidade”.
O diretor-geral da PRF “participou de eventos públicos oficiais, concedeu entrevista em meio de comunicação, bem como fez publicações em suas redes sociais (…) usando da imagem da instituição [para] promover efetivas manifestações (…) de apreço ao candidato à reeleição Jair Messias Bolsonaro”, apontou o MP-RJ, em documento obtido pelo UOL.