O último debate entre concorrentes ao governo do Rio de Janeiro do primeiro turno, realizado na terça-feira (27), teve como principal tema a corrupção e a possibilidade do Estado ter o seu sexto governador preso envolvido em escândalos.
Marcelo Freixo (PSB) questionou o atual governador e candidato à reeleição, Cláudio Castro, sobre um escândalo envolvendo um pagamento de propina dentro de mochila, além do criminoso esquema de contratação de mais de 20 mil funcionários fantasmas na Ceperj.
Também participaram do encontro, o candidato do PDT, Rodrigo Neves, e do Novo, Paulo Ganime.
Freixo lembrou ainda a delação em que uma testemunha disse que Castro recebeu 20 mil dólares para “passear com a família na Disney” no período em que ocupava o cargo de vereador.
Ele também falou sobre as denúncias na Saúde que resultaram no impeachment do ex-governador Wilson Witzel (PMB) — na época, houve operações de busca e apreensão na casa de Castro.
“O governador atual é investigado por fraudes na saúde, no STJ, a denúncia de fraudes no Ceperj está no TCE, as denúncia da Fundação Leão XIII estão no STJ. Ele pode virar réu a qualquer momento. Há uma possibilidade, sim, da gente ter um governador preso novamente. É uma crise sem precedentes, temos cinco governadores presos”, declarou.
“[Castro] Teria recebido 20 mil dólares para passear na Disney. Ele visita, mas não explica. Ainda tem um inquérito de fraudes na saúde. O mesmo que tirou Wiitzel do poder. A corrupção mata”, acusou Freixo. Em seguida, ele pediu aos eleitores que pesquisassem no Google “Cláudio Castro e mochila”.
Castro se defendeu, dizendo que “não há nenhuma investigação contra ele em três anos” e que não é possível fazer prejulgamento. “Deixa a Justiça cuidar disso”, completou.
Mais adiante, Freixo rebateu a fala citando apurações conduzidas pela Justiça sobre o governador.
No único embate direto entre Castro e Freixo, o candidato do PSB questionou a política de segurança pública e o combate às milícias no Estado. Em tom elevado, ambos tiveram direitos de resposta autorizados por conta da troca de ofensas pessoais.
“É muito grave porque seu chefe de polícia, o Allan Turnowski, que foi a primeira pessoa que você escolheu, era uma pessoa muito importante no enfrentamento ao tráfico e à milícia. E ele foi preso. Então, como seu governo vai conseguir enfrentar tráfico e milícia se a pessoa mais importante do seu governo no enfrentamento ao crime é presa por pertencer a uma organização criminosa e matar alguém, segundo as escutas telefônicas, por dinheiro?”, questionou Freixo.
Castro defendeu Turnowski, que foi preso pelo envolvimento com bicheiros e milícias. “É um dos delegados mais respeitados da história da Polícia Civil”, disse o governador.
Além de corrupção e segurança pública, temas como saúde, sistema carcerário e responsabilidade fiscal também foram citados pelos candidatos ao longo do debate. Rodrigo Neves (PDT), ex-prefeito de Niterói, falou sobre propostas e criticou a polarização e os ataques durante o debate.